Ex-zagueiro do Corinthians explica acordo com o clube na Justiça por dívida de seis anos atrás
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Por Meu Timão
Na última semana, o Corinthians solucionou uma questão judicial que já durava seis anos. Após muito tempo de processo, o clube homologou acordo para pagar indenização de cerca de R$ 750 mil a Paulo André por questões trabalhistas. Depois do assunto não repercutir bem entre a Fiel, o ex-zagueiro usou suas redes sociais para explicar a situação.
Segundo ele, o fato de trabalhar aos domingos não entrou no processo, ao contrário do que foi inicialmente divulgado.
"(Isso é) Uma distorção que já havia sido dita e repetida nos últimos seis anos, que nunca retratou o fato em si, e que desgastou a minha relação com o clube e a torcida pelos quais tenho muito carinho e respeito", pontuou, deixando claro que folgas não remuneraram fizeram parte do caso - confira nota na íntegra abaixo.
"Sim, as folgas não remuneradas entraram na ação, é verdade, e isso foi um erro. Não havia jurisprudência, apenas uma crença equivocada (por causa das lutas daquela época) de que havia uma falha na legislação vigente e que essa discussão poderia abrir precedentes legais que forçariam uma verdadeira reforma do calendário do futebol brasileiro. Essa necessidade de reforma continua mais atual do que nunca", completou.
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O montante pago pelo Corinthians, porém, diz respeito a outros fatores, preponderantes para a vitória de Paulo André na Justiça. Na versão do ex-atleta, ele entrou em acordo extrajudicial com o clube em 2014, mas não recebeu o dinheiro e teve de ir à Justiça, antes de solucionar a questão no ano passado, diretamente com Andrés Sanchez.
"Durante o ano de 2014, procurei diversas vezes o próprio Andrés, Edu Gaspar e Roberto de Andrade, para conversar sobre valores não pagos durante o meu contrato com o clube. Andrés pediu para parcelar a dívida, e eu aceitei, mas infelizmente depois de alguns meses os pagamentos não foram efetuados. Tomei então a difícil decisão de entrar com uma ação judicial para reivindicar meus direitos sobre verbas rescisórias contratuais não pagas, premiação atrasada e direitos de arena que, somados, representariam muito mais do que acabou sendo acordado em dezembro de 2019, inclusive", ressaltou.
"Naquela manhã de dezembro, eu pedi ao Andrés para me pagar os valores que ele e o Corinthians realmente achavam que me eram devidos. Ele me olhou surpreso. Ligou para o seu jurídico, levantou os documentos da época, fez as contas e me chamou alguns dias depois para selarmos o acordo. Espero esse capitulo marque de uma vez por todas o fim dessa polêmica", concluiu.
Paulo André, vale lembrar, jogou no Corinthians entre 2009 e 2014. Nesse período, fez 153 partidas, marcou dez gols e conquistou Brasileirão (2011), Libertadores (2012), Mundial (2012), Paulistão (2013) e Recopa Sul-Americana (2013).
Confira o comunicado do ex-zagueiro na íntegra
"Hoje venho aqui nesse canal para falar sobre o acordo que fiz com o Corinthians em Dezembro de 2019, em cima de uma ação judicial iniciada em 2014. Porém antes de mais nada, quero deixar claro que a prioridade em tempos como o atual é a saúde e a vida de todos, a busca incessante e responsável pelo achatamento e redução da curva de contágio e a descoberta de uma vacina que possa resgatar a nossa esperança.
Na última quinta-feira, 30 de abril, uma manchete infeliz dizia que o Corinthians teria que me pagar R$750 mil por causa dos domingos e feriados trabalhados durante o meu contrato. Uma mentira que já havia sido dita e repetida nos últimos seis anos, que nunca retratou o fato em si, e que desgastou a minha relação com o clube e a torcida pelos quais tenho muito carinho e respeito.
O mais chocante para mim é que grande parte dos veículos de imprensa simplesmente reproduziu (e continua a reproduzir de forma irresponsável) a mesma chamada sem nem ao menos buscar ouvir o outro lado da história, à exceção de um repórter do globo.com, Marcelo Braga. Alguns programas esportivos repercutiram o fato em cima do que dizia a manchete – um prato cheio para a polêmica. Só agora, outros veículos decidiram me procurar para falar.
Mas prefiro me pronunciar por aqui e compartilhar com as pessoas que me seguem, e a quem possa interessar, o que de fato ocorreu e qual foi a minha intenção ao ligar para o Andrés Sanchez, em dezembro de 2019, e pedir para ele me receber no Parque São Jorge para encerrarmos esse assunto.
Durante o ano de 2014, procurei diversas vezes o próprio Andrés, Edu Gaspar e Roberto de Andrade, para conversar sobre valores não pagos durante o meu contrato com o clube. Andrés pediu para parcelar a dívida, e eu aceitei, mas infelizmente depois de alguns meses os pagamentos não foram efetuados. Tomei então a difícil decisão de entrar com uma ação judicial para reivindicar meus direitos sobre verbas rescisórias contratuais não pagas, premiação atrasada e direitos de arena que, somados, representariam muito mais do que acabou sendo acordado em dezembro de 2019, inclusive.
Sim, as folgas não remuneradas entraram na ação, é verdade, e isso foi um erro. Não havia jurisprudência, apenas uma crença equivocada (por causa das lutas daquela época) de que havia uma falha na legislação vigente e que essa discussão poderia abrir precedentes legais que forçariam uma verdadeira reforma do calendário do futebol brasileiro. Essa necessidade de reforma continua mais atual do que nunca.
Então, caro leitor, fui até o PSJ não para discutir quem estava certo ou errado, quais questões reclamadas eram justas ou injustas ou qual deveria ser o valor. Fui encerrar um problema simplesmente por reconhecer que essa discussão com o Corinthians já não fazia mais nenhum sentido para mim. Naquela manhã de Dezembro, eu pedi ao Andrés para me pagar os valores que ele e o Corinthians realmente achavam que me eram devidos. Ele me olhou surpreso. Ligou para o seu jurídico, levantou os documentos da época, fez as contas e me chamou alguns dias depois para selarmos o acordo. Espero esse capitulo marque de uma vez por todas o fim dessa polêmica.
Um orgulho tremendo de ter feito parte de grandes momentos da história Corinthiana,
Abraços."