Andrés chama volta ao Corinthians de 'burrice', mas diz que está perto de cumprir principal objetivo
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Por Andrew Sousa, Rodrigo Vessoni, Lucas Faraldo e Marco Bello
Presidente do Corinthians entre 2007 e 2012, Andrés Sanchez resolveu voltar ao clube na última eleição. Vencedor do pleito, assumiu em 2018 e se aproxima do fim de seu novo mandato. Questionado sobre o motivo de cada um dos períodos como mandatário do clube, Sanchez foi sincero ao falar sobre seu retorno.
"Paixão (na primeira) e na segunda vez foi burrice. Eu não queria e só voltei porque sentia e percebia que eu era a pessoa mais indicada para fazer o acerto com a construtora. Não é ser prepotente, mas por estar desde o começo, seria mais fácil. Como falamos desde o começo, que só pagaríamos a Caixa, comigo seria muito mais firme", pontuou, em entrevista ao Meu Timão na noite dessa terça-feira.
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Apesar do tom de desabafo na justificativa, o presidente prosseguiu destacando que está perto de cumprir seu maior objetivo na volta ao posto máximo do clube: negociar as dívidas referentes à Arena Corinthians.
"Voltei para acertar com a construtora e vocês podem ter certeza que será acertado o mais rápido possível. Com certeza antes do final do meu mandato. Antes do mês que vem se Deus quiser", afirmou.
"Estou falando da construtora, a Caixa nós temos que pagar. Pegamos R$ 400 milhões emprestados, já pagamos R$ 172 milhões e devemos aproximadamente R$ 500 milhões. Eram três dívidas. Duas com a construtora, empresas diferentes. Uma da construtora, está quitada. A segunda, como está na recuperação judicial, tem que esperar. A terceira é com a Caixa, que vai ter negociação, mas tem que pagar", completou, detalhando.
A parte quitada citada por Andrés seria referente ao que o clube devia à Odebrecht. No fim do ano passado, o mandatário revelou acordo com a construtora pela parte referente a construção do estádio. A empresa, inclusive, confirmou em nota que o valor foi mesmo quitado com o Timão.
O acordo se deu pelo repasse total dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) para a construtora. Restaria, então, algo em torno de R$ 160 milhões pela parte da "outra Odebrecht", que está em recuperação judicial.
Quitado com um, negociando com outro
No aguardo para finalizar de uma vez por todas com a empresa privada, o clube agora pretende renegociar a dívida com a Caixa Econômica Federal, que cresceu muito por conta dos juros.
"Eu peguei R$ 400 milhões. Paguei R$ 172 milhões, que é quase 50%, e ainda falta mais de R$ 500 milhões. Tem que ter uma negociação boa, os juros estão absurdos. Estamos negociando. O problema não é a prestação, é o valor total que você vai pagar. Tem mais oito ou nove anos para pagar ainda", resumiu o mandatário.
O Timão, vale destacar, paga o banco com o repasse direto de toda a renda dos jogos na Arena. Por conta do novo coronavírus, o clube deve negociar também o período sem partidas, adiando os pagamentos. O Covid-19 também afetou as tratativas por acordos.