Venda de CIDs evita novo déficit da Arena Corinthians; veja detalhes do balanço de 2019
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Por Rodrigo Vessoni
A Arena Fundo de Investimento Imobiliário - FII, fundo criado para administrar as finanças da Arena Corinthians, fechou 2019 com um lucro de R$ 54,2 milhões. É isso que mostra o balanço financeiro do ano passado, realizado por meio de uma auditoria externa RSM, que o Meu Timão teve acesso - veja abaixo.
Esse número positivo é o resultado final da diferença entre as receitas e despesas ao longo do último ano, impulsionado pela injeção de R$ 163,6 milhões da negociação de Certificados de Incentivos ao Desenvolvimento (CIDs) à construtora Odebrecht.
Esse superávit no ano fiscal só foi possível por conta dos CIDs. Em 2018, por exemplo, a receita nesse sentido foi de apenas R$ 13,4 milhões. Com isso, a Arena Fundo apontou um déficit de R$ 54,5 milhões.
No balanço feito pela auditoria externa, esse lucro obtido em 2019 (receitas x despesas) é apresentado duas vezes. A saber:
- A primeira é descrita em cima de "Propriedades para Investimento", que aponta R$ 59,1 milhões de receita (ingressos, cativas, estacionamentos, publicidades, entre outros) e R$ 29,9 milhões com despesas (tributos municipais e federais, prêmios de seguros, manutenção e conservação, entre outros). O resultado líquido foi um lucro de R$ 29,2 milhões.
- A segunda conta é a diferença entre outros ativos financeiros (CIDs, entre outros), que resultaram em R$ 163,7 milhões, e as despesas operacionais (consultoria, auditoria e custódia, emolumentos e cartórios, honorários advocatícios, impostos e taxas, entre outros), que somaram R$ 138,7 milhões. O resultado líquido foi de R$ 24,9 milhões positivos.
Com a soma dos dois resultados positivos acima, então, o líquido do exercício de 2019 ficou em R$ 54,2 milhões.
É importante ressaltar que, como já citado acima, o lucro de 2019 está relacionado à entrada substancial dos valores referentes ao CIDs. Se em 2020, a Arena Corinthians não contar com novas entradas por conta dos certificados (além do cenário por conta da pandemia), é possível projetar um cenário que volte a ser negativo - como em 2018. Não há informação se a totalidade dos CIDs já foi utilizada pelo clube ou não.
Passivo de apenas R$ 1,4 milhão
Esse lucro de 2019, impulsionado principalmente pela injeção dos CIDs, fez com que o fundo criado para administrar as finanças da Arena Corinthians fechasse o último exercício (em 31 de dezembro) com um passivo de apenas R$ 1,4 milhão.
Esse número é substancialmente pequeno se levar em consideração que, ao término de 2018, a Arena Fundo de Investimento Imobiliário - FII fechou com um passivo de R$ 290,1 milhões, sendo quase a totalidade como passivo não-circulante (a longo prazo).