Corinthians não pensa em refazer orçamento para 2020 apesar do coronavírus; oposição contesta
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Por Rodrigo Vessoni
A diretoria do Corinthians não pretende fazer um terceiro orçamento para 2020. Apesar de a oposição enxergar a necessidade de novas metas para receitas, despesas e resultado líquido com o advento do COVID-19, a diretoria neste momento não pensa assim.
Pessoas próximas a Andrés Sanchez contaram ao Meu Timão que dois são os motivos que levam o presidente a optar pela manutenção das metas para este ano, apesar do novo cenário do futebol brasileiro e da economia mundial.
O primeiro é a certeza que as receitas mais robustas, mais cedo ou mais tarde, entrarão nos cofres do clube. Parceiros comerciais e televisão, na visão do mandatário, cumprirão os acordos assinados num futuro próximo. Nem mesmo que seja em meados do segundo semestre.
O segundo motivo é a tradicional ausência da bilheteria no orçamento. O clube não conta com o dinheiro da venda de ingresso desde 2015, já que o mesmo é repassado ao fundo que administra a Arena Corinthians. Ao contrário de outras agremiações, como o Flamengo, que orçou quase R$ 200 milhões de bilheteria e sócio-torcedor, o Timão já não conta com essa receita para fechar um ano no azul e será menos impactado.
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Vale lembrar que, se Andrés Sanchez mudar de opinião num futuro próximo, o clube terá seu terceiro orçamento para 2020. O primeiro, elaborado em dezembro, previa um déficit de R$ 21,3 milhões ao final do exercício. Com a reclamação de sócios e conselheiros pela previsão negativa, o clube refez as contas e, em fevereiro, divulgou uma segunda previsão de resultado final para dia 31 de dezembro de 2020, desta vez, no azul: R$ 40 mil.
Conselheiros especializados em balanço financeiro que foram ouvidos pela reportagem garantiram que as metas de 2020 dificilmente seriam cumpridas mesmo sem a pandemia do novo coronavírus e que, agora, se tornaram impossíveis.
Como revelado pelo Meu Timão, um relatório elaborado por um dos grupos de oposição, com base no balanço de 2019 e no orçamento de 2020, é claro e direto: se não diminuir custos e despesas operacionais, o clube terá um novo déficit relevante este ano.
Após fechar 2019 com uma receita líquida de R$ 358,8 milhões, o segundo orçamento de 2020 prevê R$ 399,5 milhões (11%), com um acréscimo de nada menos do que R$ 40 milhões de um ano para o outro (veja abaixo).