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Chicão divulga carta emocionante para enaltecer Fiel e recordar momentos históricos pelo Corinthians

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Por Meu Timão

Chicão anotou 42 gols pelo Corinthians

Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

Multicampeão pelo Corinthians, Chicão ainda não se esqueceu de tudo que viveu com a camisa alvinegra. Nesta terça-feira, o ex-defensor divulgou uma carta para exaltar a torcida corinthiana e destacar sua trajetória no Parque São Jorge, que teve início em 2008.

"Era 2007. Final de 2007. Era o Corinthians no outro lado da linha. Meu telefone tocou, o clube me fez uma proposta e eu aceitei. Eu não pensei duas vezes", escreveu, em carta divulgada pela Rádio Bandeirantes.

"Algumas pessoas disseram que eu estava louco. Tinha um grupo de times da Série-A me procurando. Eu respondi que eu jogaria pelo Corinthians até na Serie-C. Porque era meu sonho. Era o Corinthians. A voz do corintiano é maior do que qualquer divisão, situação, oposição", acrescentou - veja texto abaixo.

Além de detalhar sua negociação com o Timão, Chicão também revelou que enfrentou um grande problema antes do primeiro compromisso pela final da Copa Libertadores de 2012, contra o Boca Juniors, em Buenos Aires (ARG).

Em 247 jogos, Chicão marcou 42 gols e conquistou oito títulos pelo Corinthians: Série B do Brasileirão (2008), Paulistão (2009/13), Copa do Brasil (2009), Brasileirão (2011), Libertadores (2011), Mundial de Clubes (2012) e Recopa Sul-Americana (2013).

Confira a carta do ex-jogador na íntegra

Oi. Eu sou o Chicão. O Chicão do Corinthians.

Meu telefone tocou.

Era 2007. Final de 2007. Era o Corinthians no outro lado da linha.
Meu telefone tocou, o clube me fez uma proposta e eu aceitei. Eu não
pensei duas vezes.

Algumas pessoas disseram que eu estava louco. Tinha um grupo de times
da Série-A me procurando. Eu respondi que eu jogaria pelo Corinthians
até na Serie-C. Porque era meu sonho. Era o Corinthians. A voz do
corintiano é maior do que qualquer divisão, situação, oposição.

Meu telefone tocou. Me disseram que eu estava louco. E quer saber?
Tinham razão. Eu virei mais um no bando deles em janeiro de 2008. Talvez
o mais louco pelo Corinthians.

Foi onde tudo começou. Meu pontapé de entrada no Parque São Jorge.

Eu sou o Chicão. O Chicão do Corinthians.

Eu peguei a troca de CT. Os gramados ruins da Série-B. Os meninos da
base dando o sangue com a gente. Eu trabalhei com grandes professores.
Mano Menezes e Tite. Joguei com craques como Ronaldo e Roberto Carlos.
Mas – apesar da qualidade imensa desses gênios - a cobrança de falta
sempre foi tarefa minha.

Minha casa – no começo – foi o Pacaembu.

Subimos com título. Ganhamos Campeonato Paulista. Copa do Brasil.

Mas faltava uma coisa. Não só para nós do elenco. Mas para a torcida do Corinthians. Faltava a Libertadores.

Eu passei muitas dificuldades para chegar ao Corinthians. Sujei muito
o uniforme, suei demais o meu corpo, dei meu sangue. No Mogi Mirim. Na
Portuguesa Santista. No América. No Juventude. No Figueirense.

Eu queria orgulhar minha família. Eu consegui.

2010. 2011. 2012. Eliminações. Pressão.

O Tite ficou. O Tite foi nosso professor, nosso pai, nossa estrela. Nosso ponto de equilíbrio.

2012. Libertadores.

Eu sou o Chicão. Que fazia dupla de zaga com o Leandro Castán. Que
viu o Cássio se esticar e evitar o chute do Diego Souza. Que torceu
quando o Paulinho subiu no último andar e tirou o Vasco do Pacaembu.

Eu sou o Chicão. Que gritou em campo. Que ouviu você, corintiano, berrar na arquibancada.

Na Argentina, antes do jogo contra o Boca, meu telefone não parou. Mais de 100 ligações.

Meu avô Messias tinha falecido. Pensei: volto para São Paulo ou fico?

Resolvi ficar. Para orgulhar meu avô. Ele queria que eu vencesse. Eu
prometi: vamos ganhar e vou dedicar o título para o meu avô.

Poucos souberam disso.

Quatro de julho de 2012.

Eu ouvi o grito da torcida quando a gente chegou no Pacaembu. Quando o
ônibus estacionou no estádio. Quando fomos para o aquecimento. Quando o
professor falou com o elenco. Quando nós subimos do vestiário para o
campo.

Eu ouvi o seu grito quando meu telefone tocou, em 2007. Quando nós
subimos juntos. Eu ouvi o berro corintiano esperando ser outra vez o que
você sempre foi. Ser campeão. Ser o Corinthians de sempre.

Meu avô Messias subiu aquela escada comigo. Meu avô vestiu nosso uniforme. Ganhou com a gente.

Dividiu cada bola comigo. Instruiu cada companheiro comigo. Me defendeu enquanto eu defendia o Corinthians.

Era o mesmo grito. O mesmo hino. A mesma paixão.

O Corinthians não é medido pela situação. É medido pelo tamanho da história. Pela altura do berro. Pelo amor da Fiel torcida.

Eu sou o Chicão. O Chicão do Corinthians. O neto do Messias.

Minha prova de amor foi a concentração em campo. A seriedade não só
na final, contra o Boca Júniors. Mas diante de todos os adversários. Do
mais fraco ao mais forte. Do mais rico ao mais pobre.

Eu sou o Chicão. Eu quase fiz um gol de falta. Passou perto.

Eu vi o Alex cruzar. O Jorge Henrique desviar. O Danilo passar de
calcanhar. Emerson chutar com o peito do pé. Eu não só ouvi, mas eu
também berrei com a torcida.

Um grito de desabafo. De amor.

Eu vi o zagueiro deles errar o passe. Eu vi o Sheik arrancar e tocar no canto do goleiro. A bola entrar lentamente.

Eu sei que meu avô viu tudo que aconteceu naquela e em outras finais.

Eu arranquei com todos os companheiros desde que meu telefone tocou.

Eu disse sim. Era o Corinthians.

Me chamaram de louco quando eu entrei no bando. Eu acertei em cheio.

Eu sou o neto do Messias.

O Chicão.

Eu sou o Chicão do Corinthians.

Eu sou o xerife da Fiel.

Veja mais em: Ex-jogadores do Corinthians e Ídolos do Corinthians.

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