Diretora relembra primeiros passos do Corinthians Feminino e projeta cenário pós-paralisação
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Por Meu Timão
O futebol feminino vivia um de seus melhores momentos quando teve que ser paralisado pela pandemia do novo coronavírus. Pensando nisso, a diretoria do futebol feminino do Corinthians, Cristiane Gambaré, projetou a modalidade no pós-paralisação.
Em 2016, o Corinthians retomou seu projeto do futebol feminino, em parceria com o Audax, e conquistou a Copa do Brasil, ainda naquele ano, e a Libertadores, na temporada seguinte. No início de 2018, os clubes anunciaram a separação e Cristiane Gambaré passou a dirigir a modalidade com autonomia completa. A diretora falou sobre os primeiros passos da modalidade e como fez para conquistar seu espaço no cenário.
"As pessoas que lidam com o futebol feminino normalmente são as que lidam com o masculino, e ele tem outra pegada. Nem sempre eles entendem a particularidade do feminino, e você tem que mostrar isso com propriedade, e mostrar o melhor caminho. Isso existe. Mas eu fui muito bem acolhida, principalmente com os homens do clube. Eu já tinha esse cenário, o clube e o futebol são "mundo dos homens", são poucas as mulheres ainda na liderança, que tocam assuntos do futebol. Eu fui acolhida e sempre mostrei a melhor forma, respeitando o espaço do masculino, e mostrando o feminino", contou, em live no perfil do Instagram do futebol feminino do clube.
"Na Federação Paulista me acolheram, o presidente escutou tudo que precisava, então eu tive um pouco mais de segurança, estando no caminho certo. Era para o Corinthians e para os demais (que eu lutava). Os clubes com time de prefeitura, tem nosso respeito, até porque têm mais tempo de vida que nós. Você tem que ir trabalhando os bastidores, para facilitar, mas é difícil, você tem que ter caminhos para facilitar seu respeito. Mas não posso dizer que não fui acolhida, porque eu fui", completou.
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No primeiro ano de projeto independente, o Corinthians foi campeão brasileiro, mas o grande sucesso viria mesmo em 2019. Sob o comando de Arthur Elias, as corinthianas foram campeãs da Libertadores e do Paulista, vice-campeãs do Brasileiro e entraram para a história com os recordes de vitórias consecutivas, público da modalidade e a quarta maior invencibilidade do futebol nacional.
Em meados de 2019, a modalidade passou por um "boom" com a Copa do Mundo da Rússia e encerrou o ano em alta. No início de 2020, no entanto, os projetos tiveram que ser interrompidos pela pandemia do novo coronavírus. Trabalhando nos bastidores, Cris Gambaré falou sobre os preparativos para volta da modalidade.
"Não vai parar (o futebol feminino). A realidade não é favorável para o futebol mundial. Problemas financeiros tem em todos os clubes. E o projeto financeiro do feminino é baseado muito no masculino. Ninguém esperava por isso esse não, esse cenário. Mas gente, nós não estamos parados. Nem nós, nem comissão, nem jogadoras, nem projetos", garantiu a diretora
"Agora as coisas estão alinhadas para o masculino voltar, para depois ver o feminino. Primeiro o estadual, depois o nacional. Ainda tem Libertadores, a Conmebol se posicionou sobre as obrigatoriedade, para dar um refresco para clubes não gastarem agora, porque se não vai ter que mandar (gente) embora. Mas o nosso futebol logo tem material novo, as coisas vão surgir. Agora, o projeto de retorno, esperamos que seja o quanto antes, a torcida também. Mesmo não tendo campo aberto para torcida, mas vamos fazer de tudo para todos saírem ganhando com esse cenário", concluiu.