Diretor revela que alertou Andrés Sanchez sobre excesso de contratações no Corinthians
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Por Meu Timão
A pandemia dificultou as coisas, mas o momento financeiro do Corinthians é preocupante bem antes disso. Questionado sobre os motivos recentemente, o presidente Andrés Sanchez culpou o excesso de contratações pelo problema. Atual diretor-adjunto de futebol do clube, Jorge Kalil concorda com o mandatário, sobretudo pelo estilo de reforços, em sua maioria apostas. E mais do que isso: garante ter apontado a questão antes que o número continuasse crescendo.
"Eu disse isso ao Andrés, disse isso ao Duílio e também faço mea-culpa. Na minha avaliação, o Corinthians contratou muito jogador, não precisava dessa quantidade. Conversei com um membro da comissão, talvez a melhor solução seria pegar um jogador por empréstimo no Piropora. Se ele der certo, tentamos contratar. O Corinthians fez caminho inverso: contratou para ver se daria certo", resumiu, em entrevista ao PodcasTIMÃO nessa quinta-feira.
"Por mais situação que eu seja, e faço mea-culpa, eu não concordo. Erramos em trazer a quantidade de promessas que trouxemos. As realidade que trouxemos, que já fazem parte e entram nos jogos, é uma quantidade muito menor se comparado aos que foram comprados. Admito que esse foi um erro. Não deveríamos ter feito", completou.
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Ao falar do problema, Jorge Kalil lembrou de um caso específico em que questionou Andrés: as chegadas de Fessin e Matheus Matias, que vinham se destacando no ABC. O centroavante acabou não vingando, mesmo com muita expectativa da Fiel, e está no Oeste (tem contrato até 2023); já o meia, começou muito bem no Sub-20 e agora tenta se recuperar de grave lesão no Bahia.
"Eu externava. Quando foi contratado dois jogadores do ABC, eu perguntei 'pô, Andrés, não é muito?". Ah, um é artilheiro, outro é uma grande promessa... Eu dou meu parecer. Diretor não dá palpite de jeito nenhum. O trâmite é o seguinte. Alguém indica, vai passar pelo CIFUT, ele avalia. Passa para a comissão, que passa para o treinador e o treinador passa para o dirigente", ressaltou.
"Posso assegurar que nenhum dos atletas que veio foi dirigente que trouxe. Todo nome passou por esse trâmite completo. Eu falei que estávamos trazendo muita gente, mas o Andrés sempre teve essa filosofia. Quantas promessa ele trouxe que quando chegaram as pessoas perguntavam quem é Felipe? Quem é Leandro Castan? Chicão? Romarinho? Guerrero era reserva na Alemanha", acrescentou.
Por fim, o diretor destacou alguns casos que, mesmo em meio as críticas da Fiel, renderam frutos financeiros e até técnicos ao Corinthians. O exemplo mais recente é André Luis, contratado por R$ 3,5 milhões e negociado por R$ 11,1 milhões - o Timão ficou com R$ 5,5 milhões e 10% de uma futura venda.
"Trouxemos o André Luis, fomos criticados, mas ele trouxe um retorno financeiro. Trouxemos o Gustagol de volta, que também vai render frutos. O Clayson trouxe um retorno financeiro. Depois fica muito mais fácil analisar do que antes. O Andrés aposta nas promessas, mas o que eu digo com frequência é que não precisa de dez, vamos trazer seis. Traz seis pra ver o que dá e o resto traz por empréstimo. Não posso aprovar contratar 20", concluiu.