Assustados, jogadores se questionam e veem falha do Corinthians no desembarque
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Por Lucas Faraldo
O tumulto causado por torcedores no desembarque da delegação do Corinthians na noite do último domingo, no Aeroporto de Guarulhos, repercute no elenco nesta segunda-feira. Assustados com o tom das cobranças, parte dos jogadores se questiona e critica entre si sobretudo o que identificou como falhas no esquema de segurança do clube.
No elenco do Corinthians, questiona-se o porquê de algumas estratégias de segurança não terem sido adotadas. Solicitação de reforço policial e embarque no ônibus direto na pista do aeroporto foram citadas ao Meu Timão como alternativas no entendimento de alguns atletas.
O clube foi procurado e informou via assessoria que "quando a delegação pousou, não havia torcedores no saguão e o aeroporto não comunicou algo diferente porque estava tranquilo."
Jogadores também se surpreenderam diante da facilidade de acesso dos torcedores a informações como portão e horário do desembarque. Procurada pela reportagem, a Gaviões da Fiel explicou que basta olhar o horário da ponte aérea nas informações divulgadas pelo próprio aeroporto e, ao identificar o ônibus estacionado, supor por qual portão sairia a delegação.
Independentemente da logística, o incômodo dos jogadores, óbvio, também se dá com o tom das cobranças dos torcedores. O elenco se assustou com a forma como Cássio foi cobrado. Vídeos mostram o goleiro sem reação, cercado por seguranças e torcedores e sendo empurrado para dentro do ônibus. Segundos antes, jogadores, torcedores e seguranças foram flagrados correndo pelo saguão - veja o vídeo acima.
Apesar de as imagens da TV Gazeta e das redes sociais não mostrarem com detalhes, Gabriel também foi um dos atletas mais cobrados. "Ameaçaram feio" o volante, segundo um dos relatos ouvidos.
Os jogadores também tiveram receio de a confusão se transformar numa pancadaria generalizada em meio a outros passageiros e funcionários do aeroporto.
A reportagem recebeu mensagens de alguns jogadores do Corinthians que dão o tom do clima no elenco no dia seguinte ao desembarque: eu acho isso inaceitável, imagina pras famílias em casa, sinistro, isso não tem cabimento, esquecem que são homens do outro lado também, foi tenso.
Em respostas nas redes sociais, a Gaviões alega não ter havido agressão física.
O Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de Sa?o Paulo, via nota oficial, anunciou mais cedo que solicitara? abertura de inque?rito para apurac?a?o do caso.
"Precisamos deixar claro algumas coisas. Quem tem que zelar pela segurança do trabalhador é o empregador, ou seja, o Corinthians. O clube que tem que tomar as providências", disse Rinaldo Martorelli, presidente da entidade, à Gazeta Esportiva.
Mais cedo, o Corinthians, por nota oficial, lamentou o tumulto no aeroporto e ressaltou "que sempre zelará pela integridade física de atletas e funcionários". O clube ainda disse que "o momento pede tranquilidade, trabalho e responsabilidade conjunta. Temos plena confiança no grupo de jogadores (...) Confiamos que a resposta necessária será dada em campo."
O próximo jogo do Corinthians é quarta-feira, contra o Bahia, na Neo Química Arena. Derrotado domingo para o Fluminense, no Maracanã, o time está empatado em número de pontos com o primeiro colocado da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.