Análise: Corinthians de Coelho arrisca e tem novidades, mas intensidade é o que mais chama atenção
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Por Tomás Rosolino
O Corinthians fez na noite desta quarta-feira o seu jogo mais intenso neste Campeonato Brasileiro. Com ajustes táticos, jogadas ensaiadas e uma inusitada aposta em jogadores da base justamente no setor em que o Corinthians mais se reforçou na temporada, o Timão de Dyego Coelho pode dizer que foi mais intenso do que qualquer outra versão de 2020.
Coelho, aliás, mostrou mais uma vez que não é afeito a pragmatismo. Depois de substituir Éderson com 17 minutos no Maracanã por identificar um problema na sua escalação inicial, ele lançou dois jovens no futebol profissional em um jogo fundamental para a retomada da confiança da equipe.
O primeiro tempo mostrou um Corinthians disposto a pressionar o adversário e trocar pouquíssimos passes laterais. Xavier, escolhido para ficar na cabeça de área, acelerou todas as bolas que teve em seus pés. A posse diminuiu, mas o Corinthians foi claramente mais objetivo no jogo.
Roni, o outro estreante, teve liberdade para atacar e formou um bloco pelo lado direito com Fagner e Otero. A ideia de decisão rápida no ataque rendeu faltas laterais e escanteios, quando entrou em ação a outra surpresa de Coelho para o jogo: as jogadas ensaiadas. Fagner bateu rasteiro para a entrada da área e Otero contou com um desvio no seu chute para abrir o placar.
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Depois de grande pressão do Bahia, que aproveitava o fato de Xavier entrar muito na área e deixar grande espaço na entrada, facilitando a superioridade numérica, o Timão teve duas boas escapadas pela direita para ser incisivo. Na primeira, Araos desperdiçou bom passe de Otero. Na segunda, Otero inverteu para Piton, que achou Roni para um belo gol.
O Bahia manteve a pressão e logo diminuiu, em grande chute de Nino Paraíba, ficando perto de empatar até o intervalo na base do jogo curto no entorno da área corinthiana. Cássio, gigante, evitou isso.
No intervalo, Coelho corrigiu o problema de maneira peculiar: sacou Araos, mandou Ramiro a campo e, com a dobra do experiente ao lado de Fagner, o Bahia não conseguiu mais ter volume de jogo.
O Timão saiu de trás e voltou a levar perigo nas bolas paradas. Das faltas de Otero aos escanteios de Fagner, viu Gil fazer o 3 a 1 e perder o quarto embaixo da trave. Tranquilidade, porém, não combinaria com um jogo tão corinthiano em campo.
Mesmo com mais dificuldades, o Bahia diminuiu na bola parada e transformou os minutos finais em pura emoção. Coelho largou o plano tático e colocou Méndez na vaga de Otero para povoar a defesa, segurando o 3 a 2 e soltando um berro digno de alívio.