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Tiago Nunes fala pela primeira vez após demissão e diz que não sabia de problemas do Corinthians

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Por Meu Timão

Tiago Nunes não conseguiu ter uma boa sequência à frente do Corinthians

Danilo Fernandes/ Meu Timão

Demitido no início de setembro, Tiago Nunes falou pela primeira vez sobre sua saída do Corinthians. O treinador admitiu que a oscilação da equipe durante a temporada o prejudicou e reforçou o quanto seu trabalho foi transparente com a diretoria e jogadores.

O profissional ainda destacou que sua ideia era protagonizar uma mudança mais radical no clube, como a utilização das categorias de base e uma alteração na filosofia tática e técnica.

"Tem coisas que eu não sei responder, a direção sabe. O trabalho desenvolvido foi transparente, fomos diretos com todos, cobramos, elogiamos, fomos honestos 100% do tempo. Na nossa proposta que foi colocada no ano passado, na intenção de mudança de futebol e de método, com o aproveitamento da base... tentamos isso, pensar no clube em primeiro lugar, e dar continuidade para esse projeto", disse, em entrevista à ESPN.

"Isso acontece em todos os clubes, do resultado ter peso fundamental, é natural que caia quando o resultado não vem. Mas em ano de mudanças seria normal a oscilação... mas não no Corinthians, que como o Flamengo, é de expressão, de popularidade, é difícil o torcedor aceitar esse tempo, o entendimento que a oscilação existe, mas tenho certeza que esse processo de mudança vai trazer frutos a longo prazo, porque é uma mudança no perfil de ideia e jogadores era necessário, pensando em um novo patamar, para buscar títulos de expressão nacional e internacional, é um processo que faz parte para quem quer voltar a ser o grande clube que sempre foi", completou.

Na sequência, Tiago Nunes contou que não sabia das dificuldades financeiras do Corinthians, que se agravaram ao longo da pandemia. Ele também falou que gostaria de levar um nível "europeu" ao time do Parque São Jorge.

"Não sabia (dos problemas), até porque foi agravado pela pandemia, que dificultou os investimentos da direção. Eles se esforçaram pra trazer quem eu pedi, tiveram jogadores oferecidos que negamos, por acreditar que o clube precisava de nível europeu, então não aceitamos que a gente achava que era abaixo do necessário. Dissemos não para alguns jogadores esperando algo a mais que viria, para vesti a camisa com confiança. O que eu vi era que precisava de uma mudança de filosofia e uma aproveitamento da base, então investimos mais energia em questões internas do clube, e até mesmo metodológicas, fomos em vários departamentos do clube, para ficar mais unido, e tivemos mais energia nisso que na equipe. Talvez isso tenha sido um erro crucial meu investir mais no externo do que no interno do campo. O lado de dentro do campo ficou um pouco prejudicado", pontuou.

Confira outros trechos da entrevista

É possível fazer a mudança proposta pelo Corinthians?

"Eu tentei cumprir de maneira transparente o que me foi solicitado, fazer uma gestão geral do futebol incluindo a formação, a base, por que tinha um distanciamento. Isso acontece em vários clubes. Muitas vezes por culpa dos treinadores, outra por necessidade de resultados, então foca muito em experientes por resultado... isso é normal. Quando eu investi energia nesse processo de melhora da comunicação, ela já existia, mas era para melhorar. Tentamos aproximar o Sub-23, ter o Corinthians como o próprio mercado de contratação, fiz uma lista, tinha 50 nomes de jogadores emprestados pelo Brasil. Repatriamos jogadores, Camacho, Richard, Pedro Henrique, valorizamos o Sub-23, para pensa no clube. O que fica de lição nisso tudo é que você primeiro tem que pensar no resultado, infelizmente, nesse clubes grandes, para depois pensa em processos, gestão interna, relações. Não é critica ao Corinthians, mas o futebol brasileiro como um todo. Tenho o Corinthians como escola, pelo tamanho e a oportunidade, logo está em cima do campeonatos, pela cobrança... aprendi muito. Os ciclos, eles vem para o clube se redescobrir, como vai acontecer naturalmente, tenho certeza que já pelo ano que vem".

Chegou para mudar a filosofia do clube. Por qual motivo não deu certo?

"A minha preocupação sempre foi com o equilibro. Quando tive o Ramiro aberto na direita era um terceiro meio campista pela formação, para termos mais jogadores para capacidade de jogo, não tão marcadores. Queria um time leve, agudo pela beirada, para chegar no ataque. Iniciamos assim, tivemos boas apresentações, mas ai batemos na tecla da confiança. Por mais que seja falado, expresse, se você não ganha o jogador se sente mal, perturbado, porque fala, mas não ganhamos. Tivemos o Ramiro lesionado, tivemos que mudar as coisas, sem fugir da ideia do 433, rodando atrás.. isso foi culminando com a parada pela pandemia, ali entendemos que o Carlos, por exemplo, fazia um terceiro zagueiro de sustentação para dar suporte. Empatamos com novorizontino e ituano, tivemos a parada, organizamos como seria, e voltamos ainda com o Carlos, jogamos com Gabriel, e isso para dar confianças porque tinha o clássico. Vencemos, elevamos a confiança, fomos contra o Red Bull, vencemos a 0 com autoridade, ai pegamos o Mirassol... esses jogos, defensivamente, sofremos pouco, mas produzimos pouco também. Não teve equilibro. Com a venda do Carlos, sentimos muito isso, ele era necessário, mas precisava amenizar o financeiro, perdemos o suporte de Avelar e Gil, um cara alto, e colocamos Sidcley, tentamos produzir ofensivamente. Tivemos dificuldades com Gabriel e Ramiro, depois no jogo com o Fortaleza fomos com Cantillo e Ederson, time leve, mas empatamos... oscilamos, na oitava rodada já era finalizar mais tinha piores defesas. A dificuldade maior foi achar um equilíbrio, ir bem na defesa e no ataque. Essa foi minha grande dificuldade como comandante do Corinthians".

O Corinthians está abaixo do esperado?

"Não só no Corinthians, volto a dizer, GreNal se foi bom jogo para você, então temos parâmetros diferentes. Eu vi jogos na última rodada toda quase, e com exceção de Atlético-MG, não vi jogo de altíssima qualidade. Ou estamos estimando a avaliação, por que o Brasileiro não está no nível que estamos pensando. 2019 foi a frente desse ano, o Corinthians vai melhor porque tem essa cobrança, mas pensando nesse processo de transformação, a a oscilação e esse momento faz parte, mas vai servir par o bem, ano que vem tem muito a vir pela frente".

Veja mais em: Tiago Nunes.

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