Ídolo do Corinthians, Wlamir Marques relata medo da Covid-19 e compara situação atual com 2ª guerra
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Por Meu Timão
Ídolo do basquete do Corinthians, Wlamir Marques relatou seu medo da pandemia do novo coronavírus, que mudou a rotina da sociedade brasileira nos últimos dez meses. Aos 83 anos, ele comparou a situação atual do planeta com a 2ª Guerra Mundial, que aconteceu de 1939 até 1945, resultando na morte de 60 milhões a 70 milhões de pessoas.
"O temor de que os alemães chegassem de surpresa, com submarinos, e atacassem o porto de Santos fez com que muitos jovens pracinhas se arrastassem pela calçada em frente à minha casa, em São Vicente, na primeira metade dos anos 1940. Eram exercícios de guerra. Eu, ainda garoto, assistia a tudo da janela da sala, transformada em camarote. Loirinho, já era chamado de Alemão, o que me fazia ter medo de sair à rua durante o dia. Todos detestavam alemães. À noite, ficar em casa era regra. A cidade entrava em blecaute para dificultar o trabalho de eventuais invasores, que nunca se arriscaram", disse em entrevista ao portal Uol.
"Jamais imaginei que, quase oito décadas depois, eu fosse novamente me ver em uma guerra, desta vez contra a covid, novamente na minha porta. Aos 83 anos, o tempo não é meu aliado. Vejo o movimento lá fora, pela janela, e dessa vez meu olhar não é de admiração. Por que essas pessoas estão se aglomerando? No grupo de risco, só saio de casa com toda parafernália: máscara, álcool gel, álcool líquido, e tudo que for necessário. Mesmo bicampeão mundial de basquete, nunca fui bom de defesa. Mas até aqui tenho me saído bem na função de defensor de mim mesmo", acrescentou.
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Wlamir Marques defendeu o clube alvinegro nas décadas de 60 e 70. Bi-campeão mundial com a Seleção Brasileira, ele foi 12 vezes campeão estadual, três vezes campeão nacional e três vezes campeão sul-americano com o Corinthians.
"Já cheguei a uma idade em que eu não tenho futuro. O que eu posso planejar para o futuro, se eu não sei o que vai acontecer depois? Se eu não sei se eu estarei vivo amanhã? Meu futuro é hoje. E hoje eu estou trancado em casa, vendo Netflix, completando minhas palavras cruzadas, escrevendo meus textos no Facebook. Sozinho a maior parte do tempo, mas vivendo o meu futuro", concluiu.
Em 2012, cabe lembrar, o ex-jogador foi homenageado na calçada da fama do Memorial do Parque São Jorge. Quatro anos depois, o ginásio poliesportivo da sede corinthiana, que abriga jogos do time de basquete corinthiano, recebeu seu nome.