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Coelho relembra time galático e revela pacto entre o elenco no Brasileirão de 2005

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Por Giovana Duarte, Luis Fabiani, Vitor Chicarolli e Andrew Sousa

Coelho fez parte do elenco do Corinthians campeão Brasileiro em 2005

Coelho fez parte do elenco do Corinthians campeão Brasileiro em 2005

Divulgação/Corinthians

Na última terça-feira, o ex-técnico Dyego Coelho, que teve passagem pelo Corinthians Sub-20 e também no comando do time profissional, concedeu uma entrevista exclusiva ao canal da Twitch do Meu Timão - veja na íntegra abaixo.

Além de falar sobre as qualidades das crias do Terrão, o treinador também relembrou seu início de carreira, a sua geração de atletas criados na base do clube e a convivência com o elenco de 2005.

O início

Hoje treinador, Coelho chegou ao ainda jovem e viu em sua paixão pelo clube uma oportunidade de tentar ajudar sua família. O treinador relembrou as passagens pelas peneiras do Timão até sua primeira chance como atleta profissional.

"É alucinante. Tenho uma historia que sempre conto. Lembro que meu pai estava trás de emprego, eu tinha 12 para 13 anos e já eu estava no Corinthians. Vi minha mãe falando que precisava colocar comida na mesa, era cinco da manhã. Naquele dia, eu peguei minhas coisas e fui para dentro do Corinthians. Não iria sair. Eu queria ajudar minha família. As pessoas que estão lá até hoje me ajudaram bastante", disse o treinador.

"Lembro da caminhada que a gente tinha, da luta que era com outros jogadores para passar na peneira. Quando começamos a ver que ia ficando a mesma turminha, fomos nos fechando entre nós. E assim começou, a mesmas pessoas se encontrando sempre. Mas sempre com muita dificuldade para realizar nosso sonho. Isso me fez ser homem e agradeço muito ao Corinthians. Por isso sempre estarei à disposição do clube para ajudar esses meninos", destacou Coelho.

Com 20 anos, o lateral-direito foi promovido ao elenco principal pelo então técnico Juninho, e logo se destacou pela eficiência em cobranças de faltas e pênaltis.

"Não tinha expectativa de subir pro profissional, na época o time era muito bom, 2001 e 2002. Mas foi depois de uma Copa São Paulo, me falaram que no dia seguinte eu teria que me apresentar no profissional. Fui correndo contar para os meus pais. Foi uma alegria, um êxtase tão grande. Foi uma caminhada muito difícil. A gente não tinha nada. Só de lembrar, era tudo que a gente queria na época e conseguimos", completou.

Elenco de 2005

Como lateral-direito do Corinthians, Coelho foi Campeão Brasileiro de 2005 pela equipe, quando o clube foi tetracampeão nacional. Naquela época, ao lado de Betão, Marquinhos, Vinicius Fininho, Rosinei e Jô, Coelho dividiu os gramados com ninguém menos que Carlitos Tevez, que trouxe ainda mais visibilidade para o clube.

"Vejo muito jogador daquela época falando que era aquele tumulto. Não era fácil, mas a maioria das coisas que falam é mentira. Tinha seus problemas como todo time galático, mas tínhamos um pacto. Sabíamos da responsabilidade que tínhamos no Corinthians. Quando tinha qualquer resquício de briga, tentávamos apaziguar porque sabíamos que ia sobrar para o Corinthians. E eles foram entendendo isso. Eram jovens e jogavam muita bola, nós tínhamos que ajudá-los. Era um time fantástico, o Tevez realmente puxava a gente", lembrou Coelho ao falar do argentino.

O atacante marcou nada menos do que 46 gols em 78 jogos pela equipe do Parque São Jorge. Apesar do pouco tempo, Tevez se identificou com quem mais importa no clube: a torcida. Além do carisma, o argentino tinha facilidade para definir os jogos do Timão.

"A gente tinha que trazer ele para o nosso lado porque ele era o cara que ia decidir. Conviver era fácil. Mas acabava o jogo domingo, não contávamos com ele no treino na segunda, terça e quarta. Ele se desgastava muito e só fazia regenerativo. E os outros queriam reclamar porque ele não treinava. Mas você faz o que ele faz? Se vocês fizerem, tá tudo certo. Não enche o saco do cara. Era difícil para ele. E uma hora ou outra ele iria decidir para nós", disse Coelho.

"Teve um jogo, nós e Universidad Catolica do Chile. Ficamos com dois a menos e ganhamos de 3 a 2 no Chile. Nossa zaga era só molecada e a gente falou: 'Nilmar e Tevez, não voltem'. Quem falou foi o Ricardinho e Carlos Alberto. 'Deixa que a gente corre para vocês, mas não tem passe. É só chutão'. E os dois viraram o jogo com nós dando a vida lá atrás. Em vários jogos acontecia isso, nós confiávamos muito neles e eles na gente", completou.

Eternamente

Um dos momentos que ficaram marcados na carreira e memória de Coelho foi o duelo contra a Ponte Preta, no Morumbi, válido pelo Campeonato Brasileiro de 2005. O Timão recebeu a equipe de Campinas pelo segundo turno e, com o jogo empatado, aos 43 do segundo tempo, o lateral-direito marcou um gol de falta. A partida terminou em 3 a 1.

"Eu gostava muito mesmo do Pacaembu, era um sonho. Via os jogos com meu pai, vi Neto fazer gol de bicicleta, Corinthians ser campeão. Mas eu entrei no Morumbi aquele dia, quase final de brasileiro. Entrei com 40 do segundo tempo, estava lesionado, fora de forma, mas eu queria estar ali. Antônio Lopes, parceiro, me levou para o jogo. Estava 1 a 1. A primeira vez que eu peguei na bola foi o Tevez me dando uma falta que ele sofrer para eu bater. Eu olhei a barreira e estava completamente errada. Pensei em colocar por fora. Se entrar, vamos comemorar. Na hora que ela entra, até hoje não sei explicar o que eu senti na época. Era um menino que realizava um sonho de jogar no Corinthians", destacou.

Coelho não teve uma carreira muito longa. Depois de passar pelo Corinthians e ser campeão Brasileiro, o ex-jogador passou por Atlético-MG, Bologna (ITA), Karabukspor (TUR), Bahia e Guaratinguetá, até chegar ao Atlético Sorocaba, em 2014, quando finalizou sua carreira. Depois disso, Coelho passou a trabalhar como auxiliar técnico até se tornar treinador.

"Tive algumas pessoas que me ajudaram bastante nessa transição. Pessoas que estavam no Corinthians em 2014. Eu não tinha mais condições físicas de jogar futebol. Fiz minha primeira cirurgia com 17 anos e fui muito negligente. Achava que era o dono do mundo e poderia jogar a qualquer hora. E só foi piorando. Me arrependo, mas são coisas que você só aprende depois de velho. Me chamaram para ser auxiliar técnico do Flamengo de Guarulhos, tinha uma parceria com a base do Corinthians", afirmou o treinador.

"Se eu queria ser treinador, precisava valorizar as pequenas coisas e começar pelo pequeno. Não podia dar um passo maior do que a perna. Eu fui e foi muito bacana. Depois, fui auxiliar do Loss, com um currículo muito vitorioso. Aprendi muito com ele, puxei tudo dele. Me apeguei nisso de uma maneira apaixonante. Eu falo que fui jogador para ser treinador. É muito gostoso ajudar as pessoas. Estou falando do ser humano. Não é ir lá e ganhar títulos, ganhar dinheiro e fim de papo. Ser humano precisa ser valorizado sempre no futebol", concluiu.

Confira na íntegra a entrevista de Dyego Coelho para a Twitch do Meu Timão

Veja mais em: Dyego Coelho e Ex-jogadores do Corinthians.

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