Durante a madrugada desta terça-feira, alguns jogadores que atuam na Ucrânia e estavam fugindo da guerra no país chegaram ao Brasil. O primeiro deles, inclusive, foi o ex-Corinthians Maycon.

O volante, que hoje defende o Shakhtar Donetsk, desembarcou ao lado da esposa e dos filhos. De acordo com o GE, Maycon e a família pegaram um avião em Frankfurt, na Alemanha, após deixar a Romênia.

"Numa palavra não daria para definir esse últimos dias. Foi uma mistura de sentimentos, de terror, de medo. Depois uma sensação de alívio, de gratificação por poder sair e com todos bem", disse o jogador ao GE. "(A invasão russa) Pegou um pouco a gente de surpresa. Sabíamos do risco, mas tínhamos diversas informações e não acreditávamos que seria daquela forma. Maior tristeza foi porque tinha esposa, filho, pai e mãe comigo e não queria que eles passassem por isso. Mas graças a Deus saímos todos juntos", seguiu.

Além de Maycon, outros dois ex-corinthianos também chegaram ao país. O meia Pedrinho e o fisioterapeuta Luciano Rosa, que também estão no Shakhtar, chegaram em São Paulo ao lado do lateral Dodô. O trio, diferente de volante, pegou um voo da França para o Brasil. Vale destacar que o zagueiro Marlon, ex-Fluminense, desembarcou no Rio de Janeiro.

Perguntado se, ao fim do conflito, pensa em retornar ao país, Maycon confessou que ainda não parou para pensar na possibilidade.

"Ainda não parei para pensar nisso. Eu só pensava em ir embora dali. A Ucrânia esta sofrendo muito e fico realmente muito triste por isso. Temos grandes amigos por lá, sentimos muito por eles e torço para que tudo se resolva", disse o ex-corinthiano.

"O futebol é alegria, nunca imaginei passar isso. Mas nem quem não é do futebol, ninguém imagina. Estávamos ali para trabalhar, realizar nossos sonhos. Como falei, a Ucrânia está se defendendo, não vou culpar a Ucrânia jamais por isso. É uma situação difícil para todos. Eu estou muito triste por eles", completou Maycon.

O conflito entre Ucrânia e Rússia eclodiu na última quinta-feira. Os jogadores chegaram a ficar em um bunker em um hotel da capital ucraniana e pediram regaste para o governo brasileiro.

Depois de sofrer com a escassez de suprimentos, os atletas e suas famílias decidiram arriscar as vidas em um trajeto para chegar ao trem que partiria de Kiev para Bucareste, na Romênia. O governo do Brasil não foi o responsável pela assistência aos jogadores no caminho. A segurança foi garantida pela Uefa e pela Federação Ucraniana de Futebol.

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