O empate por 0 a 0 entre Corinthians e Boca Juniors, na última terça-feira, na Neo Química Arena, pela Libertadores, não foi o resultado ideal para a Fiel, mas o jogo foi marcante para um corinthiano presente na Neo Química Arena. A drag queen Ikaro Kadoshi compareceu ao estádio pela primeira vez e celebrou a ida ao jogo em suas redes sociais.

Ikaro Kadoshi é o nome artístico de Thiago Liberato, paulista de 41 anos. A drag queen é famosa por ser apresentadora do programa “Drag Me As a Queen”, do canal E!. No mês de junho, mês do orgulho LGBTQIAP+, o torcedor prestigiou o jogo do clube alvinegro e, em post no Instagram, contou que se surpreendeu com a experiência.

“Eu consegui, finalmente, ir a um jogo do Timão ao vivo. Aos 41 anos! Corinthiano desde pequeno, um sonho foi realizado nessa partida pela Libertadores. Infelizmente, o medo da LGBTFobia, da violência contra pessoas como eu ainda é grande. Como disse, eu queria ir com o meu melhor para ver meu time jogar por que ele merece! Eu mereço! E o meu melhor é estando em drag, minha profissão há 22 anos...Bateu medo? Muito! Mas eu me surpreendi demais ao chegar lá e ter só amor e acolhimento”, declarou a drag queen sobre a ida ao jogo - veja a publicação completa abaixo.

Corinthiano, Ikaro Kadoshi valorizou o fato de poder comparecer no estádio como drag, profissão de Thiago há 22 anos. Além disso, falou sobre a importância de mudar o estigma do estádio e fazer do jogo de futebol um ambiente mais acolhedor.

“Na parte onde estava. Eu procurei olhares de reprovação, mas encontrei olhares de surpresa positiva. Me senti seguro. E sei que dependendo da área onde você vai assistir esse medo ainda é gigante... mas vamos um passo de cada vez! Nós só queremos torcer como todo mundo. Amar o time como todo mundo”, disse Ikaro.

Ikaro Kadoshi é uma personalidade importante na luta pelos direitos LGBTQIAP+. Com milhares de seguidores nas redes sociais, o post rendeu uma comoção. Diversos seguidores vibraram com o relato. Thiago Liberato se emocionou ao dizer que pela primeira vez em 41 anos, sentiu pertencimento em relação ao Corinthians.

“Pela primeira vez , aos 41, me senti pertencendo a torcida do Corinthians. Chorei, sorri, gritei, me emocionei e pensei: quantas chances de viver essas emoções em 30 anos eu perdi pela situação que se encontra nos esportes e mas torcidas para quem é LGBTQIAP+. Mudar é preciso. Evoluir é preciso. Irmos a esses espaços também”, desabafou.

Confira a publicação de Ikaro sobre sua experiência na Neo Química Arena

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