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Ministro detalha bastidores de projeto da 'vaquinha' da Neo Química Arena em entrevista ao Meu Timão

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Por Matheus Fiuza, Lucas Faraldo e Matheus Pogiolli

O torcedor corinthiano não vê a hora de contribuir na "vaquinha" para ajudar na quitação da Neo Química Arena. Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais do Governo, é mais um do bando de louco ansioso pelo pontapé inicial do projeto.

Em entrevista exclusiva ao Meu Timão, nesta quarta-feira, Padilha contou os bastidores da negociação entre Gaviões da Fiel, organizada responsável pelo projeto, Corinthians e Caixa Econômica Federal. O ministro, torcedor declarado do Timão, tratou a iniciativa como histórica e relembrou o desejo da atual diretoria corinthiana nas possibilidades.

"As duas iniciativas vão ser históricas. Primeiro a da torcida e o conjunto de iniciativas do clube para pensar numa forma de financiamento do Corinthians. A Caixa como um banco público já está tendo uma atitude enquanto banco e percebendo como uma oportunidade. Entro nisso desde o começo porque o Ministério de Relações Institucionais tudo vem aqui. Pessoal fala que é tipo a UPA. Logo no começo quando teve a eleição da nova diretoria procuraram junto ao presidente da República essa demanda. Na Arena reforçaram essa demanda e chamamos o presidente da Caixa para pensar em soluções. São duas frentes. Tem a do clube, que é a Caixa pensar e aproveitar o potencial do Corinthians para pensar em soluções de financiamento para o Corinthians - e se outros clubes demandarem isso a Caixa também vai pensar em soluções. A Caixa pensa isso como um banco, oportunidade de negócio. Como é um banco público e foi mantido um banco público pelo presidente Lula, ela pensa em oportunidade de negócio que atinge a maior parte da população", iniciou - veja vídeo acima.

"Ela tem um olhar muito forte para moradia, investimento imobiliário, e o mercado de massa. O Corinthians e a Arena Corinthians são isso. Mais de 30 milhões de torcedores em todo o Brasil, uma base popular enorme. Torcedores espalhados pelo mundo inteiro e a Arena Corinthians é um equipamento. Às vezes a gente pensa só como estádio de futebol e ela não é só isso. Ela é o maior equipamento público, de uso público, na zona leste de São Paulo, que tem mais de 4 milhões de pessoas. É maior que a população do Uruguai. Quem conhece aquela região, a transformação que a Arena já fez naquela região é fantástica. O comércio foi para lá, o investimento mobiliário valorizou terrenos, parte de construção, teve todo o investimento de mobilidade urbana, de novas vias, de metrô, shopping... a Caixa quando olha a Arena vê um megaequipamento de uma região muito importante que pode crescer ainda mais e se eu pensar em uma forma de financiamento, de manutenção disso, desse lugar que está recebendo grandes espetáculos, vou crescer cada vez mais aquela região. A Caixa pensa desse jeito. E ela pensa como banco, não está fazendo nada irregular. Do Corinthians pode ter fundos de financiamento, formas de capitalização, tem várias alternativas que podem surgir do clube, a Caixa está analisando isso, que ajudaria não só a quitar a arena, mas financiar o clube", complementou.

O avanço no acordo ocorreu no dia 18 de outubro, quando lideranças da Gaviões da Fiel se reuniram com o presidente Augusto Melo e alta cúpula da Caixa, além do próprio Alexandre Padilha. Com previsão de lançamento até 15 de novembro, o projeto não tem prazo definido, embora a Gaviões da Fiel tenha estipulado meta de R$ 500 a 700 milhões em um período de seis meses. O ministro reforçou a força do projeto e vê como possível a chance de quitação integral do estádio.

"Não é o clube que tem uma torcida, mas é a torcida que tem um time. A Gaviões teve uma iniciativa muito importante da vaquinha, do PIX que está sendo detalhado, com previsão até o dia 15 de novembro para poder ter o lançamento dessa campanha. Espere a torcida, espere a Caixa, espere o clube divulgar a campanha, vai ter um site próprio, formas de contribuição. A expectativa que a torcida fala de ir atrás de R$ 500 milhões, o que não é impossível. Se pegar cinco milhões de corinthianos, dá para chegar a R$ 500 milhões. Não há um prazo específico, mas podem fazer seis meses de campanha para chegar nisso e pode até quitar. Porque chega em uma situação que acontece em qualquer dívida, que é a seguinte: uma dívida de R$ 700 milhões que vai demorar tanto tempo para pagar, se eu chegar com R$ 500 milhões eu consigo um desconto. Pode chegar inclusive a quitar tudo, não acho que seja impossível não", destacou.

Segundo o último balanço corinthiano, divulgado em setembro de 2024, o Corinthians deve R$ 710 milhões à Caixa Econômica Federal pela construção da Neo Química Arena, sendo feitos quatro pagamentos de parcelas trimestrais a cada ano. Alexandre Padilha vê como uma mudança de patamar para o clube, que teve dificuldades no projeto de renegociação, inclusive com proposta recente negada no início do ano, ainda arquitetada pela gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves.

"Quitar a Arena e se avançar com o clube as novas ações de financiamento com a Caixa, nós estamos pavimentando uma nova era para o Corinthians, uma força de capacidade financeira. Mas aí tem que ser bem tratado o recurso, aí é o desafio da diretoria, do conselho. Pode ser uma nova era assim como significou a vinda do Ronaldo, que a gente sabe o que mudou, a construção da Arena. É um patrimônio do Corinthians, às vezes existem problemas de dívidas que são piores, como dívidas de jogador, empresário, dívida trabalhista. A Arena é um patrimônio nosso, do corinthiano querer ter um estádio, o que a Arena significa de identidade para uma região popular de São Paulo. A Arena é o segundo equipamento mais visitado por turistas que vem para a cidade de São Paulo", comentou.

"Se apostou muito durante um período nas renegociações dessa dívida. Foi um passo importante para resolver as questões do naming rights. Acho que a cada tempo vai se construindo soluções. Tivemos um período em que a Caixa no governo anterior se afastou do futebol, tinha uma outra orientação, então ia atrás de outros mecanismos de rentabilidade que não é o movimento de adesão bancária, fortalecer a zona leste como uma região super importante economicamente. A diretoria da Gaviões está de parabéns por comprar essa briga, querer construir uma solução. Isso faz uma diferença, é uma mobilização diferente, tem o apoio da diretoria, tem o apoio da Caixa, mas a iniciativa é da torcida, isso faz uma diferença na largada. Hoje em dia é muito mais tranquilo ajudar com esse tipo de contribuição, tem mecanismos de acompanhamento e de transparência", explicou Padilha a respeito das dificuldades na renegociação da dívida.

O projeto de financiamento, vale destacar, englobará não só os corinthianos em território nacional. Alexandre Padilha também argumentou que a Fiel espalhada pelo mundo terá a possibilidade de contribuir, em gesto que evidencia a força da torcida do Timão.

"A plataforma que vai soltar terá a possibilidade de quem está fora do Brasil poder contribuir até porque o pessoal da diretoria está apostando nisso. O pessoal fala: ‘Padilha, você não tem noção de quantos corinthianos da Gaviões tem no Japão, na Europa inteira’. A plataforma vai pensar nisso sim de contribuições para quem está fora de o país poder ajudar nisso", finalizou.

A assinatura do Protocolo de Intenções pode ajudar o Corinthians a diminuir o valor da dívida do estádio. Isso porque, caso o projeto seja bem-sucedido, a Caixa Econômica Federal não descarta a possibilidade de um desconto no financiamento total da Neo Química Arena. A chave PIX ainda não foi oficialmente lançada e será divulgada pelos canais oficiais das partes.

Confira a entrevista com Alexandre Padilha

Veja mais em: Neo Química Arena e Diretoria do Corinthians.

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