Torcedor do Corinthians que entrou com cabeça de porco no Dérbi se defende: 'Brincadeira sadia'
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Por Meu Timão
Na última vitória do Corinthians no Dérbi do início da semana, um objeto curioso virou o centro das atenções após o triunfo do Timão: uma cabeça de porco foi arremessada no gramado da Neo Química Arena. O torcedor que comprou o objeto se apresentou na 6ª Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) nesta quarta-feira, onde prestou depoimento e foi liberado posteriormente.
Osni, torcedor responsável por adquirir a cabeça de porco, mais conhecido como Rafael Modilhane, como se identifica nas redes sociais, contou como surgiu a ideia de comprar o artefato que, inicialmente, não pretendia jogar o objeto para dentro do estádio.
"No primeiro momento, eu levei a cabeça de porco para tirar uma foto no estacionamento, mais nada, por causa de uma brincadeira. Só quis fazer isso. Não quis confrontar alguém. Eu fui no mercadão. Brincando no WhatsApp, falamos que vemos faixa de brincadeiras de Sem Mundial, mas falamos que essa brincadeira estava velha demais. Pensamos, então, em ir para a Arena com a cabeça, no estacionamento, e tirar umas fotos. Nisso, eu falei que podia ver no mercadão da Lapa se tinha", iniciou Osni em contato com à imprensa, reproduzido pelo UOL Esporte, após o depoimento.
"A provocação é sadia, não peguei barra de ferro para agredir ninguém, não dei soco. O futebol raiz tem que viver, nos anos 90, todo mundo ia para o jogo junto, brincava com o outro. Hoje chegou em uma proporção que estão acabando com o futebol", continuou.
O torcedor se desculpou pelo ocorrido, mencionando tanto o Corinthians quanto as autoridades em seu pedido de perdão. Ele também compartilhou que já perdeu um irmão em conflitos entre torcidas organizadas. Sua resposta foi dada ao ser questionado sobre o potencial de incitar violência que seu ato poderia provocar.
"É uma brincadeira sadia. Eu nem sabia que ia repercutir isso. Mudou muita coisa na minha vida, mas quero pedir perdão pelo meu escudo, amo demais essa entidade, não quis prejudica-la. Quero pedir perdão às autoridades pela dor de cabeça que estou fazendo eles passarem, em momento algum quis causar isso", relatou.
"Eu ter jogado uma cabeça de porco está repercutindo mais do que aconteceu por aí. Não quero defender ninguém, mas eu já perdi o meu irmão por uma torcida organizada. Todo mundo sabe o que eu guardo no meu coração. Só fiz uma provocação sadia, saudável e isso repercutiu muito", revelou.
Osni não foi indiciado, mas já foi solicitado seu afastamento dos estádios de futebol. Até agora, apenas um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi registrado. Esse documento é utilizado para infrações de menor potencial ofensivo, com penas inferiores a dois anos. No caso da cabeça de porco, a infração foi classificada como provocação de tumulto.