Advogado de Sérgio Moura desmente acusações de crime após depoimento no caso VaideBet
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Por Maria Beatriz de Teves e Matheus Quintino
Nesta terça-feira, foi a vez do ex-superintendente de marketing do Corinthians, Sérgio Moura, comparecer à delegacia para prestar depoimento sobre o caso VaideBet, que segue sob investigação da Polícia Civil.
A reportagem do Meu Timão, que esteve na delegacia, apurou que Sérgio Moura confirmou ter sido ele quem trouxe Alex Cassundé para o Corinthians. No entanto, os depoimentos apresentam diversas divergências, principalmente no que se refere a detalhes das reuniões, quem fez os contatos e quem realmente trouxe o profissional para o clube. Apesar das discordâncias, os depoimentos de Sérgio e Marcelo Mariano estão mais alinhados entre si, ao contrário de Alex.
Após os esclarecimentos de Sérgio Moura, o advogado Dr. José Roberto Rodrigues saiu em defesa do cliente e afirmou que ele colaborou com todas as perguntas.
"O depoimento, assim como o Sérgio fez desde o início, quando colocou à disposição o cargo de superintendente de marketing para que as investigações tomassem o melhor curso possível, foi prestado com total transparência. Ele veio, respondeu todas as perguntas, tanto do Dr. Juliano, promotor de Justiça, quanto do Dr. Tiago, delegado. Não restou dúvida de que, em momento algum, o Sérgio agiu de má-fé ou tenha praticado qualquer crime, como muitas vezes foi relatado", destacou à imprensa na delegacia.
"No que diz respeito ao inquérito policial, ele corre sob sigilo. Nós não temos autorização — e nem podemos — divulgar qualquer informação que conste ali. Logicamente, sei que vocês vão acabar sabendo, mas essas informações não sairão nem de mim, nem do meu escritório. O que posso adiantar é que o Sérgio respondeu a tudo, não houve nenhuma intercorrência durante o ato, e tudo correu da melhor forma possível. Acredito que isso será demonstrado futuramente em um possível relatório final, a ser elaborado pela autoridade policial", complementou.
Além de Sérgio Moura, o ex-diretor administrativo Marcelo Mariano — que, apesar de ter deixado o cargo, continua atuando no dia a dia do clube — prestou depoimento na última segunda-feira. Durante sua oitiva, apresentou declarações que divergiram do que foi dito anteriormente por Alex Cassundé, sócio da empresa Rede Social Midia Design LTDA, que aparece como intermediária no acordo firmado entre Corinthians e VaideBet.
A Polícia Civil deve encerrar a fase de depoimentos nesta quarta-feira, com a oitiva do presidente do Corinthians, Augusto Melo, marcada para as 14h. Na véspera, o advogado Ricardo Cury esteve na delegacia para confirmar a presença de seu cliente e reforçar o compromisso do dirigente em colaborar com as investigações.
O trio está sendo ouvido como "investigado", titulação diferente dos demais funcionários do Corinthians, que vinham prestando depoimento como "testemunhas".
"Investigados todos nós podemos ser. Aquele que chega na frente no inquérito policial, na condição de investigado, está sujeito a isso — todos nós estamos fadados. O que cabe à autoridade policial agora é avaliar tudo o que foi colhido durante as investigações e, em um possível relatório final, tomar as medidas que achar necessárias", disse Dr. José Roberto Rodrigues.
Pela intitulação, é possível afirmar que o caso VaideBet caminha para a reta final da investigação. O inquérito já está em andamento há 11 meses, e a expectativa é que, entre o fim de abril e o início de maio, a polícia conclua se há indícios de crime. Caso positivo, os envolvidos serão indiciados e o caso será encaminhado ao Ministério Público, que analisará as provas colhidas. A partir disso, um promotor poderá apresentar denúncia formal ou optar pelo arquivamento do inquérito.
O delegado responsável pelo caso é Tiago Fernando Correia, do DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania) e titular da 3ª Delegacia, especializada em casos de lavagem de dinheiro. As investigações também contam com a participação de Juliano Carvalho Atoji, promotor de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).