Vinicius Bordignon
Boa observação. É o que sempre digo, precisamos reconhecer mais o trabalho do Carille. Isso não quer dizer que ele não mereça críticas, apenas precisa ser avaliado o todo.
em Bate-Papo da Torcida > Ótimo texto de Ricardo Gonzalez: 'Quando reconhecerão o Corinthians? '
Em resposta ao tópico:
Por Ricardo Gonzalez
Contra o Vasco, o Corinthians até voltou às 'goleadas de 1 a 0', mais uma expressão pejorativa que cercava o time de Fábio Carille e que andava sumida. Mas num campeonato que tem dois timaços e elencaços como Flamengo e Palmeiras, um Santos que Sampaoli consegue levar muito mais longe do que o elenco sugeriria, além de Internacional e São Paulo que têm elencos, técnicos, camisas e pontos para sonhar alto, o Corinthians está no G-4 (com um jogo a menos que os concorrentes). E, sabe-se lá por que, é o menos valorizado desses 6 pela mídia.
Tudo bem que os gringos Jorges, Jesus e Sampaoli, subiram o sarrafo das avaliações. É óbvio que ver o Flamengo e o Santos (até a volta do intervalo contra o Fortaleza) é muito mais agradável do que ver o Corinthians. Mas, concordando com tudo isso, entendo que conseguir os resultados que Carille consegue, ser altamente competitivo com um elenco inferior - ou igual - aos outros é uma arte. E um dos méritos desse trabalho é que seus integrantes é não entrar na pilha da mídia e querer dar um passo maior do que as pernas.
Jogo de ida contra o Independiente del Valle à parte, o Carille consegue ser preciso nas opções, notadamente dos volantes (fundamentais no conceito de jogo dele), nos quase inexistentes meias (para dividir minimamente a mínima criação do time com Pedrinho), no ataque. Não foi diferente contra o Vasco, quando explorou bem as deficiências do rival.
Se Thales Magno era o perigo vascaíno, Carille soltou Fagner, e obrigou o menino atacante a virar marcador de lateral e, com isso, não oferecer risco na frente. Percebeu que Bruno Gomes estava nervoso, errando passes, não encontrando posição, e botou Pedrinho e Clayson para trabalharem em cima - e nas costas - do volante vascaíno. Não deu resultado no primeiro tempo, mas tampouco o time correu qualquer risco.
No segundo tempo, o Vasco melhorou. Porque Thalles Magno virou atacante, Luxemburgo adiantou o posicionamento dos volantes, e colocou Marquinhos, que melhor aqui, pior ali, é um armador de jogo. Mas aí entra a sorte que acompanha os muito competentes, e o Corinthians acha seu gol cedo, com 13 minutos. Um cenário que, sabemos todos, é ideal para o time de Carille: jogo em Itaquera e vantagem de 1 a 0. É insuportável enfrentar o Corinthians assim. Para times pesados, imagine para um Vasco fragilizado.
Insuportável também é ver a parceira entre o VAR e Ricardo Marques Ribeiro. Houve lance para todos os gostos. Felizmente para os envolvidos, todas as marcações e correções foram feitas, corretamente. Mas a demora é inacreditável. O pior é que é tudo previsível. Você vê na escala do jogo o nome de Ricardo, e pode cravar antes que teremos pelo menos 10 minutos perdidos em deliberações sobre lances. Ele não é mau árbitro, mas antes do VAR já perdia séculos resenhando e explicando aos jogadores suas marcações. Agora, quando os holofotes ficam todos nele, tudo é triplicado - até o caminho para tirar a dúvida na casinha é arrastada.
Taí uma boa dúvida: o que vai acontecer antes, Ricardo Marques ser mais eficiente em seu trabalho ou o Corinthians ser reconhecido como um time de ponta no nosso futebol?