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Adeus patrocínios arcaicos: parte final - fatores de um clube milionário

Tópico popular Entenda as regras
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Athus 152 posts

Publicado no Fórum do Meu Timão em 04/01/2020 às 13:35
Por Athus Henrique (@athus.henrique1)

adeus patrocínios arcaicos: parte final - fatores de um clube milionário

Chegamos ao final! Pontos foram levantados mostrando a grandeza e ideias que podem ajudar o Timão a ser a potência 'milionária' do futebol no Brasil e América.
Continuando...

*4 - Sócio Torcedor - Mãos que Ajudam da Fiel

Modelo que vem sendo explorado no Brasil já tem funcionado no exterior, tanto no futebol quanto em outros esportes. Porém o modelo como esses programas funcionam pelo mundo tem certas 'diferenças' ao praticado por aqui.
Veja alguns exemplos:
Benfica: Líder em sócios torcedores no mundo, o time português possui cerca de 270 mil associados, que garantem mais de R$ 175 milhões/ano. O programa do Benfica garante descontos em lojas, produtos, sorteios e ingressos para o Estádio da Luz, pagando o valor de 12 euros/mês (aproximadamente R$ 55), além de possuir planos para crianças e adolescentes.
Barcelona e Real Madrid: O time da Catalunha possui mais de 150 mil sócios torcedores, mas ainda está atrás do rival de Madrid, que tem mais de 200 mil. Uma das curiosidades do programa do clube catalão é a possibilidade de associar os torcedores ainda bebês. Entre os benefícios do programa está conhecer as instalações do Camp Nou, dia com elenco, Votar nas eleições do clube e adquirir ingressos para as partidas em casa. Já o Real Madrid permite que o torcedor de qualquer país se associe ao clube. O programa internacional possui benefícios como sorteio de viagens à Madri e pré temporada, descontos em estabelecimentos e até compra prioritária de ingressos.
O Boca Juniors também teve muito que comemorar durante o ano de 2015, quando alcançou a marca de 100 mil associados. O plano possui duas modalidades de sócio torcedor: o sócio ativo e o sócio “adherente”. Este primeiro tem acesso ao clube do Boca Juniors e direito a voto, enqnto os adhrentes, o mais popular, dá prioridade de compra para jogos em lá Bombonera. Foi graças ao programa de sócios e a venda de ingressos, que representa mais de R$ 160 milhões no orçamento do clube, que Tevez voltou ao clube.
NFL: Assim como em outros programas, o torcedor de alguma franquia da NFL (a liga de futebol americano) consegue comprar o carnê com ingressos para toda a temporada, participa de sorteios no MatchDay, porém a liga permite que o torcedor venda o ingresso de determinado jogo que ele não possa ir através do site oficial da NFL. O caso mais interessante da relação torcedor-clube no futebol americano é o do Green Bay Packers que é o único entre os 31 times da liga que não possui um “dono”. Sem fins lucrativos, o time é mantido pelos próprios torcedores e moradores da pequena Green Bay, que possui cerca de 100 mil habitantes. Eles compram as ações do time e conseguem manter a franquia como uma das mais vitoriosas da NFL.
A diferença é nítida, a mentalidade como pudemos ver na febre vascaína, onde o famoso descontão fez o clube ser líder, 140 mil sócios. Mas qual motivo usado, ter dinheiro para reformar o São Januário. Uma ótima causa. Mas o Sócio torcedor não tem que ser movido por uma causa, para arrecadar dinheiro ou para contratações. O programa deve ter benefícios como vimos nos exemplos. Um planejamento bem feito pode fazer o clube ser sustentado pela torcida.
Hoje o Corinthians poderia criar maiores vantagens ao Fiel Torcedor, fechar acordos e parcerias.
Empresas que poderiam fazer parte do clube de vantagens:
Nike, Marca de tecnologias, Rede Ale, Empresas de viagens, bares, franquias, instituições de ensino e outras.
Em dia de jogos, sortear prêmios dos parceiros, fazendo duas divisões de prêmios menores para não sócios e melhores para o associado. Sorteio de viagens para Pré Temporada e desconto progressivo na compra de ingressos, quantos mais, maior desconto!
Hoje o Corinthians tem 81mil sócios ativos, que pagam em media R$32.7 a 67/mês, o que gera uma receita de R$35 milhões a 65 milhões/ano. O clube não informa ao certo quanto ganha, se olharem no último informativo orçamentário, irão ver apenas R$16 milhões. Isso é outro fator que faz o programa ser duvidoso, principalmente por ter sócios no plano Minha Cadeira onde o mais barato custa R$ 245/mês. Para que o programa dê certo e seja rentável como do Green Bay e Benfica muitas mudanças devem acontecer. Transparência! Um novo gestor para o plano, BMG seria interessante além de ser um impulso para aberturas de novas contas. O Fiel Torcedor seria cobrado diretamente da conta ou na fatura do Cartão. E benefícios melhores!
E o mais importante! Meu apelo, igual ao do Thiago Henrique @caissara, é que devemos nos filiar ao programa, pagamos R$49,90 em um Streaming, porque não pagar 18 reais para ajudar o time?
Quem sabe não podemos fazer o mesmo que o Boca Juniors?

*5 - Parcerias & Acordos: Mudança de Mentalidade

Recentemente a Premier League liberou patrocínios na manga, mas não para maior arrecadação, apenas para valorizar os acordos atuais.
Ainda me confundo se estou vendo futebol ou assistindo os bastidores do Carnaval, são tantos abadás. Rsrs
Em uma pesquisa feita pela ESPN e o site marketing Esportivo apontou que grandes empresas não entram nas camisas de clubes brasileiros por acharem muito 'poluída'. O diretor de marketing da GM Motors disse que os clubes confundem muito quantidade com qualidade. O Corinthians em 2019, por exemplo, chegou a ter 10 marcas no uniforme! Se por um lado os anúncios rendem quase R$ 60 milhões por ano, mais remunerações variáveis, por outro geram reclamações de torcedores e afasta empresas, incomodados com a poluição do manto alvinegro.
Na Europa para evitar isso os clubes dividem seus patrocínios em categorias de cotas. Porém não se limitam apenas na exposição da marca em seus uniformes ou na transmissão de TV. Os clubes lá fora têm outro patamar de receita. Eles veem o torcedor como um consumidor e conseguem entregar uma série de ações pró-ativas. Entregam experiências únicas, venda de produtos e benefícios. 'Não é vender o programa sócio-torcedor apenas e dar o direito a comprar ingresso numa fila menor'. É algo que vai mais além. E isso não acontece muito ainda por aqui. Um grande exemplo da Europa, são as divisões: Um clube possui sua marca parceira de cerveja, seu parceiro automotivo e outros acordos que são usadas em experiência Marca/Torcida, gerando leads de produtos.
O Corinthians é um dos clubes mais promissores, mas não usa seu poder. Entre janeiro e dezembro de 2018, a camisa alvinegra gerou um retorno de exposição de mídia de R$ 4,8 bilhões para seus patrocinadores. A marca ainda agrega 11,4 milhões de seguidores na página da rede social Facebook; 5,92 milhões no Twitter, 3,2 milhões no Instagram e 930 mil no Youtube.
Uma arma usada em outros mercados: A “escassez” gera valor: A valorização das suas estampas.
Na Europa, os grandes clubes possuem no máximo um patrocínio máster e uma marca na manga de suas camisas.
E, ainda assim, você vê clubes como o Real Madrid, que possui um vários patrocínios, de casas de apostas de futebol até companhias de roupas e perfumes.
É algo bem simples de se explicar pelo conceito de escassez. Por conta do espaço limitado nas camisas destes clubes – no caso, apenas dois –, as marcas interessadas em estampar seus logos nos uniformes entram em uma disputa acirrada com outras partes que querem ocupar o mesmo espaço. Ao mesmo tempo, buscam-se fontes alternativas de receita por marketing que não pagam tão bem quanto o patrocínio master, mas que funcionam tanto para o clube quanto para a marca que se torna associada a ele em um produto específico. Daí temos por exemplos grandes empresas com suas marcas em uniformes de treinos, no banco de reservas e além de parceiros 'escondidos', também vem o fato de os jogadores destes clubes serem o rosto de campanhas de marketing em pôsteres, vitrines, entre outras formas de exposição tradicionais (ou não).
Esse conceito ainda não chegou com tudo aqui no Brasil. Entre os grandes, apenas o Palmeiras consegue fazer algo semelhante. Mesmo o Flamengo e o Corinthians, com suas enormes cotas de TV,  ainda são vítimas da prática de usar seus mantos como “outdoors” no campo.  Talvez futuramente, quando tanto clubes quanto o mercado de marketing virem tais práticas com os mesmos olhos da torcida, isso chegue ao fim. Como sempre, é só olhar para os bons exemplos lá de fora e aprender com eventuais erros e acertos dos que foram pioneiros.

CONCLUSÃO:
Foram vários exemplos que demonstram um grande erro na gestão dos clubes brasileiros...
Qual o motivo do Corinthians receber apenas $23 milhões fixo da Nike? A manobra realizada para salvar Andrés e outros?
E a grande evolução profissional da gestão e negociações comerciais?
O modelo de negócios não ajuda nesse sentido. O clube funciona como uma Prefeitura, você pode ter um gestor excelente, pode fazer um trabalho de marca e negócios e depois você ter um gestor da oposição que vai ficar lá por dois anos e desfazer todo o trabalho. É muito difícil você falar da evolução profissional dos clubes tendo um modelo de negócio como esse.
Solução? Clube-Empresas? Donos como Europa? Modelo Espanhol?
Temos uma gestão que vem dando certo, Palmeiras e Flamengo trouxeram o profissionalismo para suas gestões.
Contratando gestores com experiência e mudando toda a sua maneira de agir.
Nós somos o maior clube do Brasil, maior clube da América em questão de publicidade, mesmo com resultado mediano, trouxemos retorno aos nossos parceiros!
E o Abadá? A estratégia do Corinthians foi traçada de acordo com a realidade do mercado de marketing esportivo no Brasil. Nos últimos anos, as grandes empresas se afastaram dos clubes de futebol, ficando restritas à Seleção, à mídia tradicional (TV, sites, revistas, jornais) e às redes sociais. Não é uma equação fácil de fechar, eu entendo os clubes. É preciso fechar as contas, e as principais receitas são: direitos de TV, vendas de jogadores e patrocínio. Os clubes dependem muito disso. Para atingir metas, ou você traz muito dinheiro de um único patrocinador ou traz a mesma quantidade de vários patrocinadores. Como não há mais grandes empresas no futebol, é preciso apelar para a quantidade.
Mas, quanto mais patrocínio a camisa tiver, mais o clube está canibalizando o próprio espaço. É ruim para o patrocinador, que compete com outras marcas e deixa de ser visto. Outro objetivo seria tentar entrar na mente do consumidor, gerar memorização da marca, para quando ele for ao ponto de venda lembrar e consumir o produto. Mas quando divide o espaço com tantas outras marcas, acaba sendo esquecido. O torcedor se confunde e não se recorda dos patrocinadores. É preciso tratar o patrocínio de outra forma, não apenas como a venda de um espaço publicitário na camisa, mas como uma parceria comercial, com estratégias e expectativas previamente definidas. Neste sentido, é fundamental fazer ativações, por meio de promoções, experiências, oferta de conteúdos privilegiados, entre outros. Enquanto isso não acontece, os clubes terão de escolher entre camisas cheias ou cofres vazios.
A gestão que estiver atuando, precisa enxergar mais nossa marca para a Torcida do quê para a seus benefícios!
Quando isso acontecer estaremos nos tornando a grande potência que sonhamos, mas podemos ajudar.Vamos sempre cobrar da nossa gestão!

Muito Obrigado pessoal por acompanharem!

Textos fazem parte da:
Monografia: Gestão Camisa 10 - Sociedade e Esporte, Athus Henrique, 2019/UGB-RJ, Curso Administração de Empresas.

Fontes:
The Sun
O Bola
Goal.com
marketing Esportivo
ESPN
Lance
FoxSports
Máquina do Esporte
Globo Esporte
Meu Timão
Forbes
Marca/ESP

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@afalves em 04/01/2020 às 17:46

Parabéns Athus! É com boas ideias como essa e ações que o Corinthians poderá mudar.

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@vagner.silva13 em 04/01/2020 às 17:29

Seus tópicos são um dos melhores do fórum

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@migo.pr em 04/01/2020 às 14:26

Belo trabalho, mas o Corinthians está entregue nas mãos de um bando que se preocupa apenas em fazer do clube um balcão de negócios para os chegados.

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@reyes em 04/01/2020 às 14:22

Belo trabalho. Parabéns!

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@francis.mendes em 04/01/2020 às 14:15

Excelente, é o que venho batendo na tecla. Hoje, nosso FT não tem mais a OMNI, então ACREDITO que o clube arrecada pelo menos 80 - 90 % do valor.

Vamos aguardar segunda-feira, porque reativa o site e veremos se vai ter novidades!

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Davi 2.825 posts

@dmorgado em 04/01/2020 às 14:03

Parabéns pelo estudo e pelo texto. Obrigado por trazer a luz estas experiências

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Vinicius 509 posts

@vinicius.andrade23 em 04/01/2020 às 14:00

Achei seu texto muito interessante, fiquei lendo os três sonhando com alguém do Corinthians ler isso e se inspirar kkkkk, sonho meu. Deveria juntar os 3 e fazer uma ideia para mandar lá no psj, vai que dá certo.

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Corneta 59.252 posts

@cesinha77 em 04/01/2020 às 13:52

Boa garoto.

Concordo com o abada. Meio óbvio até. Enche de lixo a camisa com marcas pobres quando poderia usar 1 só para arrecadar quase o mesmo valor.

Sou FT desde 2009, antes tive até 2 dependentes.

Com o FT reservo os jogos antecipados. Hoje pelos valores vou de SUL.

Quem é FT ganha pontos no KM de Vantagens do Ipiranga. Uso esses pontos para comprar ingressos de cinema pela metade do preço. Como vou muito ao cinema e a todos os jogos, o FT na verdade sai de graça pra mim.

Parece que nesse ano já anunciarão mudanças para atrelar mais ações e descontos. Vamos aguardar.