Absolon Silva
Nesse Mundial eu vi o maior jogo do Corinthians que foi contra os madrilenhos no salão de festas. Edílson capetinha canetando Karembeu inesquecível e Dida defendendo pênalti de Anelka...única vez que ouvi meu pai soltar um palavrão e pedir pra eu e meu irmão não contar nada pra minha mãe...saudades! #vaiCorinthians
em Bate-Papo da Torcida > O Mundo ainda é teu Corinthians...
Em resposta ao tópico:
Em cada 14 de Janeiro, em todo 16 Dezembro, Você Corinthians será lembrado pela vida toda.
O Mundo nessas duas datas foi conquistado, e para sempre esse feito estará na lembrança de todo Corinthiano e martelando a cabeça daqueles que simplesmente não tem o prazer de ser Corinthians.
A 20 anos, eu pude ver um jogo com dois timaços, que estavam as portas de se sagrarem verdadeiramente campeões do mundo.
E apesar da festa e euforia vivida na arquibancada do Maracanã, não tinha como nenhum Corinthiano ali esconder a agonia.
Os caras tinham Romário e Edmundo, sem falar que tivemos que sacudir o Real Madrid na fase de Grupos.
Mas nós do nosso lado não ficávamos atrás de ninguém, talvez um dos melhores times do Corinthians que pude ver jogar.
Cada lance de ataque, e aquele grito preso querendo sair, quando os caras vinham o peito apertava, e a vontade de cada um era descer no campo para ajudar a zaga a marcar.
Jogo de gente grande, por volta dos 15 minutos do primeiro tempo Luizão tentou, cinco minutos depois Edmundo respondeu, jogo lá e cá, até Marcelinho ao 37 levar perigo ao Vasco.
No segundo tempo no comecinho Edílson, resposta no minuto seguinte com Gilberto, era cá e lá agora, o Vasco foi ligeiramente melhor no segundo tempo, coisa que a gente dominou o primeiro.
O gol não sai para o nosso lado, e ainda bem não saia para o lado deles.
Tempo passando o coração batendo mais descompassado, suadeira nas mãos, tremedeira nas pernas, voz nem tinha mais pra gritar.
E veio a prorrogação, os caras queriam jogo, queriam tudo ou nada, o Corinthians, foi contaminado pela frieza de Dida, e começava a passar a impressão de quer jogar tudo nas penalidades, Dida fez um defesa daquelas quase no final do primeiro tempo da prorrogação, e aí o Corinthians desacelerou de vez, e bora pros penais né fazer o quê?
Aí parceiro o tempo parou, ao mesmo tempo que você quer que se resolva logo, você quer que nada aconteça.
Maracanã dividido em número, mais Corinthiano em barulho e vibração.
E aí seu juiz vamos logo pra esses 'finalmentes', que agonia danada.
E lá vai Rincon, nosso capitão, bate a bola tasca na trave e o primeiro grito de gol enfim saí.
Agora é contigo Dida, e vem o baixinho cheio de marra, e quase, mas quase que Dida pegou.
Fernando Baiano o craque em bater penais e nós que comemora. Alex bateu e fez pros cabeça de bacalhau. Tudo igual.
Vamos comemorar a cobrança e o gol do Luizão só com um pouquinho de voz, e os olhos começando a querer suar.
Veio do Gilberto e os vascaínos se calaram, DIIIIIIIIIIDA! - Aí parceiro a voz acabou de vez. Goela doendo, mas coração batendo a ponto de fazer barulho no Rio de Janeiro todo.
Mas o Corinthians tinha Edu Gaspar que fez o dele batendo rasante no cantinho de Elton.
Aí veio tonto do Viola, marcou e fez a gracinha dele lá.
Lá vem 'hu Marcelinho', que o que sabia de bater falta, não se podia dizer o mesmo de bater penais, e quem sabe agora esqueçam de vez aquela defesa do Marcos na Liberta.
Mas não é que o Marcelinho conseguiu de novo.
Aí doí o coração, aperta os cabelos nos dedos, fica todo descabelado, puxa a camisa com força pela barra, esgarça a gola da danada e fica faltando um pros caras empatar.
E era logo o Edmundo, já começava a agonia das alternadas a passar pelo Maracanã, -pega essa Dida - eis que a voz voltou meio fraca, -acaba logo com esse sofrimento antes que a torcida tenha um troço coletivo.
E uma eternidade até o momento do Edmundo isolar, e a fiel explodir conquistando o mundo, o momento era tão mágico que Dida não comemorou pois tamanha a concentração dele em querer defender, que ele nem estava contando os penais.
Deu Corinthians, CAMPEÃO DO MUNDO, eu parecia um traste de um pato rouco, gritando Corinthians dividindo abraços com um monte de Corinthianos que nunca tinha visto, os vi apenas aquele dia, e estão marcados pra sempre na memória.
Eu sei como eu fui para o Rio, meio de supetão naquele dia 14 de janeiro de 2000.
Sei que voltei, não perguntem como e nem quando, mas quando cheguei em casa, tinha nas mãos o poster do jornal lance, e com um pouquinho de voz que ainda tinha cheguei em casa todo dono mundo e ainda gritando,
VAI CORINTHIANS...