Thiago Luz
Eu fui nesse jogo. Se é louco. A fiel foi o jogador da arquibancada. Foi muito bom. Empate que saímos com gosto de vitória da forma que foi. Dia inesquecível mesmo pela entrega do time
em Bate-Papo da Torcida > Jogo histórico
Em resposta ao tópico:
Criemos aqui um cenário.
O ano era 2006. Segundo turno do campeonato brasileiro, e como lembramos, não foi uma época boa para nosso o Corinthians. São Paulo era a sensação do momento, havia Danilo, Borges, Mineiro e Rogério Ceni no ápice de sua carreira consolidado como um dos melhores goleiros da atualidade. Era o time a ser batido. O Corinthians, após os escândalos e decepções vivia momentos sombrios, ainda mais por mais uma queda na tão sonhada Libertadores naquele ano, entrou em campo naquela tarde de domingo dia 10 de setembro de 2006 contra o líder do campeonato com o algo que não sentíamos a muito tempo: esperança
Emerson Leão foi contratado para resolver as crises do Corinthians e nos salvar do rebaixamento naquele ano. Pilhado, ele motivou os jogadores e reacendeu um perfil que estava apagado para a maioria dos jogadores, a raça.
O Corinthians entrou em campo, após alguns bons resultados sobre o comando de Leão, motivado e com vontade. Com tanta vontade que em menos de 30 minutos do primeiro tempo já estava com dois jogadores a menos. O Morumbi estava com mais de 30 mil pessoas, eu, com 10 anos de idade, em minha casa em Suzano, vestindo meu uniforme que tenho até hoje estava aflito no sofá da sala, local onde me encontrava todos os domingos sofrendo com a decadência do meu clube, abraçava minha bandeira. O palco estava formado, aquele era um dos jogos mais históricos que vi na minha vida.
Marcelo era o goleiro titular do Corinthians, e nunca protagonista, teve que ao lado de Betão, Marinho e CIA fazer o jogo de suas vidas.
Leão vendo o nervosismo posto em campo, sacou Roger que era um de nossos melhores jogadores, e fechou a casinha colocando Gustavo Nery em campo, numa tentativa de frear o melhor ataque da competição. A ideia era boa, as instruções táticas pedidas por Leão foram acatadas por todos os jogadores, ao menos naquele jogo. Afinal, o time estava a três jogos sem tomar gol. O São Paulo foi superior, pressionou e amassou o Corinthians durante todo o tempo que esteve com a bola. No segundo tempo, Muricy Ramalho impaciente pela ineficiência ofensiva de sua equipe, tentou o que pode expondo sua defesa a riscos extremos. Leão, por outro lado, viu a oportunidade de ganhar o jogo, mesmo com apenas OITO jogadores de linha. Marcelo, lá atrás consolidava sua maior partida na carreira, talvez. A torcida do São Paulo metralhava, a massa Corintiana no estádio era o escudo. O São Paulo martelou, martelou e martelou até o apito final, mas o Corinthians se segurou, e ainda com boas chances de vencer aquela partida com um lance no final da partida de Rafael Sóbis que quase encobriu Rogério Ceni.
Aquele jogo me mostrou o que ser Corintiano representava, o que de fato era ser Corintiano. Com dois jogadores a menos, contra a melhor equipe, líder do campeonato, fizemos um jogo na base da raça, tático, preciso e por pouco, mas muito pouco, não fomos letal.
Me lembro daquele dia como se fosse ontem. Aquela tarde de domingo ensolarada ficou na minha memória. Marcelo que sempre havia falhado, fez um jogo perfeito. Betão, preciso. Ao final da partida, a torcida se ergueu, gritou o mais alto que pode e aplaudiu os 9 jogadores em campo, não pelo que apresentaram em campo, mas pelo que representaram. Aquele jogo foi importante para mostrarmos que o Corinthians nunca é derrotado. Ele nunca se entrega, nunca desiste. Isso é o Corinthians. Uma parte de mim ainda vive naquele 10 de setembro, pois na semana seguinte, me sentei no mesmo sofá, com o mesmo uniforme e apoiei minha equipe, e quase 14 anos se passaram, mas o ritual continua o mesmo, e eu nunca deixarei de apoiar.
Abaixo está um vídeo, acho que o único vídeo que encontrei daquele fatídico dia.
Ao assistir esse vídeo, ou ao me lembrar desse dia, eu sinto a mesma sensação que senti naquele momento. Talvez pelas circunstâncias que vivíamos lá, e eu ali, apenas com dez anos já amava o Corinthians incondicionalmente.
E isso me faz lembrar de uma das frases mais linda que li sobre o Corinthians:
EU JÁ VI O CORINTHIANS VENCER, EU JÁ VI O CORINTHIANS PERDER, MAS EU NUNCA VI O CORINTHIANS SE ENTREGAR.
E vocês, qual o jogo mais histórico e emocionante que se lembram?