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Post de Oilson no fórum "Análise dos jogos" do Meu Timão

Grande análise

em Análise dos jogos > Análise do jogo Vasco e Corinthians: nó tático

Em resposta ao tópico:

Esse jogo pode ter sido um divisor de águas no âmbito estratégico. Mancini fez alterações bem específicas que mostraram um estilo muito específico. Dentro de uma abordagem ofensiva, vimos jogadores muito dispostos a esquecer o último jogo mostrando as suas qualidades.

O time veio bem modificado. Sem nenhum centroavante, vimos um time com muito mais mobilidade e presença de área, sufocando o adversário, mas ao mesmo tempo tomando sufoco também devido a descida dos laterais. Vamos ver os detalhes do jogo.

PRIMEIRO TEMPO

É preciso salientar o nível tático do time. Mancini, inteligentemente, colocou um 4-4-2 sem centroavante e gerando às vezes um 4-2-4 em ataque, com os volantes e meias com características extremamente polivalentes: Ramiro, que é volante, podia trocar de posição com Éderson; Vital podia trocar de posição com Mantuan e Cazares; Xavier também podia trocar com Éderson; Cazares, naturalmente, podia fazer a transição pelo meio. Nenhum volante e meia ficava fixo numa área do campo. Várias vezes Ramiro virou centroavante. E Xavier várias vezes tirou a bola da defesa.

Os primeiros minutos foram das duas equipes se estudando. Corinthians criou algumas chances com Mantuan e Ramiro. Vasco criou fortes perigos, uma delas quase Cássio falhou ao largar uma bola defensável. Mas foi no lance seguinte, após o escanteio, saiu o gol, de Gustavo Mantuan – o nosso representante da Seleção Sub-20 – que foi premiado com o primeiro gol pelo Corinthians, criado por ele próprio, num contra-ataque fulminante e com assistência de Cazares, aproveitando a falha defensiva.

Defensivamente, vimos algumas vezes a quebra de linha na nossa defesa, o que foi preocupante. Talles Magno e Ribamar quase fizeram gols devido a essas falhas.

O mapa de calor revela o quanto o Vasco jogou atrás e o Corinthians ocupou o meio-campo – embora houvesse a necessidade de puxar mais a linha de ataque com os volantes. Mas parte disso é explicado pela descida dos laterais que desguarneciam a defesa e consequentemente a linha do meio-campo. E no mapa com pontos, podemos ver que tanto o Corinthians quanto o Vasco foram agressivos: 7 chutes do Vasco e 8 do Corinthians, sendo que, no gol, foram 5 do Vasco e 2 do Corinthians – o outro chute foi do Cazares aos 32 do primeiro tempo num chute facilmente defendido. Esses 5 chutes do Vasco foram todas dessas quebras de linha de defesa que falei a pouco.

SEGUNDO TEMPO

No início houve chances dos dois lados, mas houve certo perigo quando o Vasco aproveitou a descida do Fábio Santos e contra-atacou pela direita e cruzando com perigo para Magno, que dividiu com Cássio. Noutro lance, deixaram Ribamar (se não me engano) com liberdade pra finalizar com perigo na trave, deixando Mancini muito irritado. Houve dois gols do Corinthians corretamente anulados, mas um pênalti questionável.

E a falta de preparo físico nos puniu: apesar de ainda sermos insinuantes na área, houve contra-ataques com frequência do Vasco. O gol do Ribamar, de letra, foi numa cobrança de escanteio com Ribamar se infiltrando ali.

As substituições de Mancini foram pensadas em contra-ataques efetivos. O tempo todo ele pedia pra adiantar as linhas mais à frente para tanto, mas Vasco se aproveitava de um Fagner cansado e atacava. Tanto que aos 37 do segundo tempo o Fagner demorou meio mundo pra voltar, deixando só Marllon, Gil e Fábio Santos pra defender. E num escanteio, numa falha de Gustavo Silva, o lado direito de Fagner ficou exposto, mas o próprio Gustavo corrigiu a falha. Mas no finalzinho, Everaldo corre sozinho e faz um golaço num desvio de Henrique, encobrindo o goleiro.

RESUMO DO JOGO

Olhem só nesse mapa com pontos o quanto o Vasco (laranja) nos agrediu. Mas o mais interessante é que o Corinthians finalizou muito na área – antes, com Coelho, essas finalizações mal existiam. Ressaltei no último artigo do jogo contra o Flamengo o quanto o time evoluiu no ataque – e nesse jogo ficou muito evidente isso.

E outro grande mérito está nas interceptações: o Corinthians interceptou 12 vezes – Éderson e Marllon 2 vezes, e tirando Luan, Gustavo Silva, Mantuan, Xavier e naturalmente Cássio, o resto da equipe interceptou uma vez. Vasco só interceptou 5 vezes.

Fagner, que passou 50 vezes a bola, concentrou a maioria de seus passes na defesa devido ao recuo no segundo tempo; Fábio Santos idem. Ramiro, Cazares e Xavier interagiram muito nos passes, gerando toda a blitz. Vital era o mais agraciado com isso, e ele novamente jogou muito bem.

Há um detalhe crucial a ser dito: Mantuan, que jogou quase todo o jogo, passou a bola apenas 13 vezes, Everaldo passou a mesma quantidade. Isso se deve ao fato de, novamente, terem explorado mais o Cazares e o Vital – isso deve ser corrigido, igualando o máximo possível o passe entre os jogadores, evitando a previsibilidade e consequentemente a perca de bola.

CONCLUSÃO

Pegamos um time em crise, com jogadores sentindo de última hora, mas com forte ataque e mobilidade na defesa. O trunfo do Mancini se deu ao não jogar com centroavantes – e não colocou nenhum deles no segundo tempo –, pondo jogadores que trocam de posição o tempo todo. Pessoalmente, queria que colocasse o Araos ao invés do Gustavo Silva, e Roni no lugar de Camacho, fortalecendo o contra-ataque. E Luan fez outra partida excelente, jogando na sua posição verdadeira. Marllon e Gil jogaram bem, apesar de alguns erros: fizeram o que deveria ser feito e foram seguros em lances capitais.

Com paciência e preparo físico, podemos ser uma equipe altamente competitiva. Ainda acredito em uma equipe aguerrida. Esse jogo provou que podemos jogar sem um centroavante, e também provou a polivalência de muitos jogadores. Por isso foi um nó tático: porque o inesperado fez a diferença, porque um time que armou com um 4-3-3 com boa recomposição defensiva não esperava essa polivalência dos jogadores. Que continuemos assim.

VAI, CORINTHIANS!

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