Danilo Meira
'Sempre fomos um time de jogadores aparentemente comuns que cresceram ao longo de suas jornadas e se tornaram referência dentro desse contexto de grupo.'
É isso. Resume tudo. Corinthians é isso. Se não dá na técnica, vai na raça. E é isso que dá raiva nos rivais.
em Análise dos jogos > A chuva que lavou a alma
Em resposta ao tópico:
Sejamos francos aqui: a realidade de transição que vivemos não costuma nos dar grandes esperanças a curto prazo. E talvez nem a médio.
E entre todas as dificuldades que já carregávamos de 2020, ainda ganhamos desafios claramente maiores quando perdemos atletas titulares diante de uma partida importante contra o rival sem mundial, mas com algumas conquistas recentes.
O roteiro fica ainda mais tenebroso quando começamos 0-2 dentro de casa, com o adversário evidentemente mais entrosado e à vontade, mesmo com reservas em campo.
Então a chuva apertou. E o coração também.
Apertou no sentido de um resgate de sentimento. De uma possível volta da luta e daqueles acasos que acontecem pra premiar um time que nasceu pra superar e ser protagonista por sua inconformação.
O Corinthians é uma mística histórica que nunca dependeu necessariamente de craques consagrados pra fazer sua torcida existir e apoiar.
Sempre fomos um time de jogadores aparentemente comuns que cresceram ao longo de suas jornadas e se tornaram referência dentro desse contexto de grupo.
A essência corinthiana talvez tenha finalmente inundado a Neo Quimica Arena para nos lembrar quem é que representa a nossa nação.
O sangue no olhos dos jovens que, para se tornarem estrelas, sabem que precisam se doar no terrão.
Donelli, Roni, Piton, Xavier, Rodrigo e ele, Rodrigo Varanda, nos lembram do que somos feitos e de onde vem a força que deixou de aparecer nos últimos anos.
Com sangue nos olhos e nas veias, é possível vencer dentro e fora de campo.
Ontem, foi um empate.
Mas qual foi a última vez que vocês viram esse time ter a mínima possibilidade de empatar um jogo?