Robinson Zamora
Infelizmente o Corinthians foi vítima de uma série de errou de todos, dirigentes e jogadores, principalmente com essa política de recontratar ex jogadores, ex. Clássico o Sr Marcelo (Emerson Sheik)
em Bate-Papo da Torcida > Crônica: o Corinthians escreve certo por linhas tortas
Em resposta ao tópico:
Quando me conheci por gente e passei a acompanhar o Corinthians com consciência, me deparei com um mix de jogadores sem talento que acabariam por terminar a temporada rebaixados à Série B.
O amor vinha dos galáticos. Tevez, Mascherano, Nilmar. Quase que uma injustiça contra os pobres coitados que possuem trauma dessa época até hoje, diga-se, Internacional.
Mas logo pude perceber que ter um time de galáticos tinha um preço, custava caro, e não estou falando de dinheiro...
Com a queda ouvi uma das declarações mais importantes da nossa história: 'Quem riu, riu. Quem não riu, não vai rir mais!'
Eu esperava mais uma era de galáticos, afinal assim havia de ser para conquistar tudo. Ainda que nem mesmo o Real Madrid tenha tido os resultados, o que valia era o espetáculo e a esperança de ser coroado com a vitória em nome da camisa.
William, Boquita, Everton Ribeiro, Lulinha, Dentinho, Bruno Otávio, Wilson...
O Corinthians não é o time das revelações. O time das revelações são os pequenos que imploram diariamente para o surgimento de um novo talento que renda milhões.
Nós? Nós somos os que deveriam pagar os milhões.
Nossas revelações não são nossas. Ou são ruins demais, ou são razoáveis o suficiente para que alguém mais esperançoso com o seu potencial pague o preço do tempo até lá.
E aí, de repente, tínhamos um time. Um time de verdade.
Nada de galáticos, mas de jogadores de verdade. Alessandro, Chicão, André Santos, William, Felipe, Ralf.
Como acertar tanto? Com tamanha precisão?
Talvez o ideal seria seguir por outros caminhos. Construir times competentes, ainda que sem glamour.
Através da raça de um Jorge Henrique, da classe de um Danilo, da dedicação de um Paulinho. Vender camisas talvez não seja tão importante quanto levantar taças.
Centro de treinamento impecável, estádio monumental. Mas por que, por que o Pato? Galático? Depois de provar que nada disso importa, o Pato?
Estaca zero. Voltamos à estaca zero.
Foram dois anos para recuperar a lógica. Medalhões indo, jogadores competentes ficando, incluindo uma troca entre Pato e Jadson, afinal, poucos ousariam comprar uma camisa do Pato.
2015: Malcom, Elias, Felipe, Fagner, Ralf, Romero, Arana. Crias, competentes. E a taça veio.
2017: Rodriguinho, Maycon, Pedrinho, Pedro Henrique...
Entre erros, dinheiro jogado fora e apostas que não deram certo, muitas taças foram erguidas.
Quando a taça é erguida, novos galáticos surgem para os europeus e chineses levarem embora. Quando não, um caminhão de empréstimos é feito.
Não estamos acostumados a compreender o processo. Somos um time para galáticos e, se não haver dinheiro suficiente, nós somos capazes de criá-los, lá dentro do campo. Na base da raça e das vitórias.
Ederson, Janderson, Mosquito, Piton, Araos, Vital, Bruno Mendes, Natel e muitos outros são apenas vítimas deste processo.
Enquanto não houver vitórias, há de haver culpados.
Desta vez estamos diante de algo inédito. Não são os galáticos que estão indo, mas sim, atraindo as atenções para a sua chegada.
Espero que desta vez não custe caro demais.