Caetano Roma
Muito bom o texto. Tenho comentado em alguns posts isso que você falou sobre o meio campo. Concordo plenamente!
Não consigo ver, pelo que fez ano passado, o Sylvinho colocando o Cantillo no banco. Ele vai ser o primeiro homem de meio campo. A frente dele RA8 e Paulinho vão completar o meio campo.
A temporada de 2022 vai ter uma pré temporada mais curta e se encerrará em novembro por causa da copa do mundo. Giuliano, Gabriel Pereira, Mosquito e acredito que até o Luan vão aparecer constantemente no time devido a desgastante sequência de jogos.
Sylvinho não vai colocar Paulinho, RA8 e Giuliano no time titular. Não cabe todo mundo. Um deles se tornará o 12° jogador. Nesse cenário a torcida passional e por vezes ignorante (na essência da palavra) vai pedir a cabeça do técnico e pressionar demais o Sylvinho.
Vai Corinthians!
em Bate-Papo da Torcida > Aos que pedem três zagueiros no Corinthians: não é possível e se...
Em resposta ao tópico:
Olá!
Como gosto de análises táticas, trago mais uma aqui hoje. Já adianto que, infelizmente, estou fazendo o tópico pelo celular então não vou conseguir trazer imagens para embasar.
Mas, como dito no título, a ideia é demonstrar que jogar com uma saída em 3 não é mais a nossa melhor opção.
A uma, porque alguém do setor de meio teria que sair do time. A duas, porque não temos zagueiros suficientes. Só temos 3 zagueiros no elenco.
Mas digamos que fosse possível. Nossa linha defensiva seria composta, da direita para a esquerda, por João Victor, Gil e Raul Gustavo.
Observação importante: há várias formas de jogar numa saída em 3. Em nenhuma delas conseguiríamos juntar esse time que parte do fórum está querendo mas preciso me basear em uma específica para servir de exemplo, certo? Bom, como sou, declaradamente, um fã do Antônio Conte, vou usar como modelo pra mostrar a vocês o sistema que ele usa.
Teríamos um meio campo com um volante a frente da zaga, fazendo a saída de bola. Ele teria que ser ou o Cantillo, ou o Gabriel ou o Xavier.
'Mas tem o Éderson e o Paulinho'
Essa é uma coisa engraçada que eu vejo no fórum. Quem tem conhecimento tático sabe que é impensável um desses dois jogadores fazendo essa função. A principal característica deles é atacar os espaços. São jogadores de chegada na área. Colocando pra jogar a frente da defesa, você mata essa característica, porque esse jogador não chega na área do adversário, a não ser em situações muito específicas.
Pela saída de bola, digamos que o escolhido fosse o Cantillo. Com ele funciona, porque o Cantillo já não tem essa característica de chegada na área. Ele abre linha de passe, inverte jogada... Por isso consegue jogar ali.
Formando o triângulo, precisaríamos de dois meio campistas. Um 'box-to-box' e outro atuando quase como um 'enganche' ao melhor estilo argentino, mas que também saiba recuar pra fechar uma segunda linha. Um deles, certamente seria o Renato Augusto. O outro, o Paulinho ou o Giuliano. Não tem como jogar os dois. Pessoalmente, prefiro o Renato mais perto da área e o Paulinho mais atrás, fazendo a função que lhe consagrou. Com todos eles, não dá.
Pelo lado, os nossos alas jogando espetados e tendo papel importantíssimo. Fagner e Fábio Santos. Para eles dois em específico, ajudaria bastante, porque a idade já está chegando e a obrigação com a intensidade ficaria um pouco menor.
'Prefiro o Lucas Piton'
Ok, pode ser ele no lugar do Fábio.
Na frente, sobram duas vagas.
'Fácil. Roger Guedes e Willian'
Então, dá pra fazer isso? Tecnicamente, até dá. O que acontece é que você perde a principal característica desses dois jogadores: o 1x1.
Quem joga a frente, num esquema como esse, precisa se movimentar bastante para abrir espaços na linha de marcação adversária e criar espaços, principalmente, para a profundidade dos dois laterais. Até aí, ok. Eles sabem fazer isso. Mas o time precisaria de um definidor. O Willian definitivamente não é esse cara. O Roger até sabe jogar nessa função, mas já deixou claro que não gosta. E aí, faz como? Um deles tem que rodar para o centroavante que vai chegar. Aí sim, um definidor, que não necessariamente precisa ser um centroavante mas que tenha presença na área para tal. O Paulinho é volante e sabe fazer isso.
Na Inter do Conte, era frequente ver até o Lukaku se movimentando bastante para abrir espaços. Do lado dele jogava um cara inteligentíssimo pra atacar espaços: Lautaro Martinez.
Vejam, nós ficaríamos somente com o Paulinho e um outro atacante como definidores. Quando muito, com o Renato Augusto também. É muito pouco.
Os alas podem aparecer como surpresas também, é claro. Mas um dos jogadores de ataque seria quase que inútil nesse esquema, porque não é a característica.
Então entendam: futebol é só com 11. Para o Raul jogar, alguém na frente tem que rodar.
Além disso, parem com essa loucura de achar que Ederson e Paulinho são primeiros volantes. Não são, nem nunca foram.
Não adianta contratar um jogador e não aproveitar exatamente o que ele tem de melhor.
Essa análise poderia estar melhor se eu pudesse mostrar as imagens esquematizadas, mas, por hora, é o que posso mostrar.
O futebol real é diferente de jogar a Master Liga, onde você coloca o Ronaldinho de primeiro volante e 4 caras no ataque. Não funciona assim!