Rafael Mangini
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (a instituição, pois o agente público age em nome da instituição) está invertendo o ônus de prova. Agora é a defesa que deve provar a inexistência de crime? !
O que eu vou falar pode parecer polêmico, mas é a mais pura verdade: as garantias penais não são para a possível vítima, mas para o acusado. A palavra da vítima, se não for corroborada por outros elementos, não pode ser usada como fundamento para condenação de ninguém. Da dúvida, e sempre há dúvida quando alguém acusa e outro se defende do fato, o réu é absolvido. Claro, isso acontece em lugares civilizados...
No Brasil, vemos diariamente a completa inversão de valores: Judiciário criando tipo penal, MP oferecendo denúncia sem justa causa, Polícia indiciando um cidadão sem qualquer prova material da existência de crime etc. E como fica o acusado? E o devido processo legal?
Daqui a pouco, a polícia vai dizer que a contratação de advogado e de perícia independente é prova da culpa do Rafael Ramos.
Não devemos deixar essas coisas acontecerem. Hoje é com o Rafael Ramos, amanhã poderá ser com qualquer um que é acusado de ser racista. O caso Johnny Depp (mesmo tendo gente defendendo a Amber Heard com base num discurso identitário parcial) mostra como julgamentos antecipados podem acabar com a carreira de alguém.
Vai, Corinthians.
em Bate-Papo da Torcida > Caso Ramos - Nova entrevista do delegado
Em resposta ao tópico:
Salve Fiel!
Não vi ninguém repercutindo mas o tal novo delegado do caso Ramos deu uma nova entrevista ontem para a rádio Grenal.
Não ouvi tal entrevista mas vi o que eles destacaram em sua página do Twitter.
E eis alguns pontos 'interessantes':
Ao mesmo tempo que ele fala que não dá pra ter certeza do que foi ou não falado, ele afirma que há 'indícios do crime'.
Então tentamos entender de onde vem tanta convicção e o cara solta essa:
Entenderam? Como o Edenilson não voltou atrás e também porque ele comunicou o suposto ato ao juiz, o delegado conclui que há indícios de crime. Baita senso investigativo! Pericia pra que?
Outra, os delegados veem incoerências na defesa do Ramos.
Ambos os delegados tem a mesma narrativa, mas pelo que me lembro, o Ramos deu uma única entrevista no dia, onde ele nega o ato mas não diz o que teria falado, ou seja, a única coisa que ele poderia falar de diferente da entrevista então seria que ele cometeu o ato racista.
Aí vem a duvida, será que eles estão considerando como defesa a fala do Roberto de Andrade para a imprensa no dia? Pois a fala dele e a única coisa que me vem a cabeça que ferra o Ramos.
E pra finalizar, o delegado solta que:
Dá até receio pensar onde isso leva.