Gralak K
O futebol moderno não permite vacilo com a bola nos pés. Tudo é muito rápido, competitivo e calculado. Mas houve uma época onde existiam craques como Servílio, que era capaz de transformar as pesadas bolas de couro marrom em bexigas coloridas de emoção e alegria.
Meio campista rápido e habilidoso, Servílio logo foi transferido para o Bahia onde não permaneceu por muito tempo. O Galícia montou uma grande equipe em 1937 e dessa forma, conquistou o título estadual naquela temporada.
Servílio foi descoberto pelo Corinthians em uma excursão que o time realizou nos gramados da “boa terra” no princípio de 1938. Seu futebol despertou o interesse dos cartolas alvinegros e alguns meses depois a negociação foi concluída. O Corinthians vivia um momento mágico após a conquista do campeonato paulista de 1937, justamente pela vitória que garantiu o título, conseguida contra o rival Palestra Itália dentro do Parque Antártica.
Sua adaptação na Fazendinha foi rápida e em pouco tempo Servílio tornou-se o principal articulador das manobras de ataque ao lado de Teleco, que era a grande estrela da equipe. Pelo Corinthians, Servílio ganhou o Campeonato Paulista em 1938,1939 e 1941. A classe e a beleza de seu futebol fizeram com que a torcida e a crônica esportiva consolidasse o respeitável apelido de “O Bailarino”.
Mesmo atuando pelo meia direita, Servílio também tinha facilidade para concluir as jogadas com seus arremates certeiros. Tantas qualidades o levaram ao selecionado paulista e nacional em várias oportunidades.
Segundo o Livro: Timão 100 anos – Celso Unzelte – Ed. Gutenberg, Servílio foi o artilheiro do estadual por três vezes seguidas: 1945 (17 gols) 1946 (9 gols) e 1947 (20 gols).
Ao todo, foram 363 participações com a camisa mosqueteira, obtendo 241 vitórias, 51 empates, 71 derrotas e anotando a expressiva marca de 201 gols. Foram onze anos de alegrias junto aos fiéis torcedores entre 1938 e 1949.
Servílio também escreveu história quando envergou a primeira “camisa nove” do Corinthians em um amistoso contra o River Plate da Argentina, no Estádio do Pacaembu, em 22 de dezembro de 1946. Até aquela data a numeração nas camisas de futebol ainda não existiam.
Depois, a partir de 1948, a numeração passou a ser obrigatória e foi assim que os jogadores participaram da Copa de 1950 realizada no Brasil.
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