Daniel Rodriguez
Por conta da ideologia, que na minha opinião, tinha que ser voltada apenas para o clube.
Sei que esse processo vem desde a criação de escola de samba, mas senti que de poucos anos pra cá ligaram a turbina.
Hoje tenho alguns projetos virtuais(independentes) em fase de criação, ligados ao resgate da cultura e perfil do corinthianismo.
Tenho 36 anos, nascido e criado em Brasília, em SP desde 2011. E hoje meu engajamento(no que diz respeito a futebol) está na luta para que o futebol moderno não saqueie a festa e acessos populares nas arquibancadas(nenhuma ligação com organizados).
Podes achar estranho que em nenhum momento toquei no assunto 'violência', mas é simples de entender.
Sou totalmente contra, nunca participei ou apoiei, mas de uns tempos pra cá percebi a vontade ferrenha dos governos em atribuir ao futebol as responsabilidades na segurança pública.
E isso atrelado a mídia sensacionalista tem surtido seu efeito.
Penso, que se o governo é o recolhedor de nossos impostos isso é com ele, no máximo com apoio dos clubes, mas nunca dos clubes.
Hoje o clube paga pra PM(Lei) fazer a suposta segurança nas partidas. E nós por tabela bancamos isso(ingressos + caros).
O caso de Oruro repercutiu, nos penalizou, nos marcou, mas até quando?
Até a mídia decidir?
Até o governo conseguir definitivamente ocultar suas culpas e responsabilidades?
Não custa nada estarem mapeando a vida de cada familiar dos marginais em busca de deslizes pra alimentarem seus noticiários ligados ao clube até nossa quinta geração.
Enfim, penso assim. Coisas de cima sendo jogadas pra baixo e nós aqui, comentando sobre justiça, sendo que, tenho dúvidas se a parte de cima tem interesse em resolver e enfatizar o caso na mesma medida dos outros que não estão ligados ao futebol.
Abraço amigo.
em Bate-Papo da Torcida > Oruro Manda Lembrancas
Em citação ao post:
Sem problema amigo.
Aquele episodio de Oruro manchou a história do clube e por tabela, atingiu todos os corinthianos, inclusive os que não são organizados e isso nunca será apagado da história do clube.
Vou te confessar uma coisa, na adolescencia eu também quis fazer parte da Gaviöes. Assim como muitos aqui, eu pensava que ser ligado a Gaviöes, era por tabela ser ligado ao Corinthians, e assim estaria ajudando o clube. Na minha rua haviam uns caras mais velhos que eram sócios, mostravam a carteirinha e todos os outros garotos queriam seguir o exemplo. Falando francamente, eu só não me associei na época, porque como todo o adolescente do início dos anos 90, eu não tinha dinheiro nem para o fliperama.
Depois de adulto, entendi melhor esta relacao ''clube/torcida'' e percebi que a Gaviöes era uma entidade totalmente independente, praticamente uma empresa que apenas usa o nome do Corinthians para arregimentar associados. Até este ponto ainda achava que a existência da torcida era valida, pois se não ajudava, pelo menos não atrapalhava e assim como você, eu achava que uma briguinha aqui e ali, eram acoes validas em nome do espetáculo.
Hoje tenho 40 anos e não me conformo de um dia ter sido tão cego. Fico imaginando quantos jovens ainda hoje são seduzidos por esta mesma visão inocente que eu tinha na juventude. Aqui mesmo no fórum (notoriamente frequentado em sua maioria por jovens), você encontra muita gente defendendo estas faccoes com unhas e dentes, porque na visão deles, defender a faccao e a mesma coisa que defender o Corinthians. E uma distorcao enorme da realidade.
Agora veja... Mesmo com a nocao de que as faccoes eram nocivas, eu nunca fui critico delas. Sempre achei que eram como uma ulcera, com a qual você se acostuma a conviver. Depois de Oruro, entendi que estão mais pra cancer. Em 2012 o Corinthians chegou ao topo do mundo e tinha tudo pra ser tornar o maior clube das americas disparado. Aquele episodio de Oruro fez tudo isso desmoronar, o prejuízo de imagem nunca será reparavel. As faccoes organizadas não são uma ulcera, são um cancer.
Bom, depois disso tudo eu só tinha uma pergunta pra lhe fazer... Porque largou a Gaviöes?