Gert Richter
Estou vendo a entrevista do Vagner Love hoje e algo que ele disse me chamou atenção:
'Tem lance que você pode ir para cima, tentar o drible, dar uma finalização, mas aí não faz por esse detalhe da torcida estar pegando no seu pé.'
Daí me lembrei de outra entrevista recente do Cássio, onde ele diz que o Tite o estava cobrando para que saísse jogando ao invés de dar chutão e ele incrivelmente disse que morre de medo de sair jogando e cometer erros, porque sabe que a torcida não vai aceitar. Eu sei que a torcida precisa cobrar e tudo mais, mas até que ponto? Até que ponto o futebol do time fica meio preso por causa desse fato? Até que ponto a retranca do time em alguns momentos não é reflexo desse excesso de medo? Lembro de muitas vezes ver o Tite ou o Mano (na época) pedindo para o time ir para frente, mas o time recuava. Lembro do Fábio Santos falando em entrevista, que o time criticava o Sheik quando ele queria adiantar a marcação. Raramente assisto jogos de outro time, mas essa quarta eu assisti o São Paulo e Vasco. Confesso que é anos luz mais bonito ver o time construindo a jogada desde o goleiro (mérito do Rogério Ceni). O time quando não consegue construir, volta para o goleiro e ao invés da bola queimar no pé, o goleiro devolve para o zagueiro ou para um lateral e no pé... O Cássio é um monstro debaixo da trave, mas precisa melhorar nisso, o Walter, quando jogou, demonstrou ser superior nesse quesito. Concluindo: 95% dos chutões voltam para o adversário, que novamente tem a chance de armar uma jogada e nos pressionar, e por isso nossos jogos são pura emoção. Eu sei que isso faz um pouco parte do estilo do nosso time, a gente não joga com a bola no pé, a gente entrega a bola para o adversário e joga no erro deles com contra-golpes mortais, mas... Sei lá...
