Giovani
em Bate-Papo da Torcida > Tite 3.0 - o ápice
Em resposta ao tópico:
Em sua terceira passagem pelo Corinthians, é possível dizer que a campanha do time de Tite no Brasileirão 2015 representa o ápice de sua carreira - ao menos no que se refere à forma como o time joga.
Na primeira passagem, em 2004, Tite era o técnico que fora campeão Gaúcho pelo Caxias e, depois, também campeão estadual e da Copa do Brasil com o Grêmio. Teve um bom desempenho no Corinthians mas não era o preferido do então chefão da MSI - Kia Joorabchian – que pediu sua cabeça após um pênalti desperdiçado por Coelho. Kia queria que Tevez batesse.
Em sua segunda passagem foi campeão brasileiro e da Libertadores, atingindo o feito de conquistá-la de forma invicta. No Brasileirão de 2011, após um início arrasador, o time oscilou muito, mas o desempenho inicial garantiu, ao final, o título. O Tite dessa época era um técnico que montava times muito bons defensivamente, mas pouco efetivos no ataque. Porém, como a equipe tomava poucos gols, isso era muitas vezes suficiente para vencer jogos e campeonatos.
Esse Tite era também um técnico cujos times, após fazer um gol, recuavam e tomavam pressão do adversário. Como a defesa era boa, isso dava certo muitas vezes. Noutras, porém, fazia com que vitórias dessem o lugar a empates (falava-se no 'empaTite'). Tite era também um técnico conservador, descrente de jogadores jovens, preferindo apostar em veteranos experientes nos quais confiasse. Essa lealdade aos veteranos levou o time ao declínio técnico em 2013, pois Tite resistiu a afastar jogadores aos quais devotava lealdade (como Emerson Sheik), mas cujo rendimento se tornara medíocre. E foi isso que levou à sua saída.
Ao voltar em 2015, reciclado por um ano sabático, Tite parecia vir com ideias novas e menos propenso ao defensivismo. Foi o que demonstrou o time eliminado invicto do Paulistão e que teve um início arrebatador na Libertadores. Contudo, o time oscilou e acabou eliminado da competição continental. E voltou a dar o ar da graça o Tite que marcava um gol para depois recuar e, depois disso, tomar empates. Também voltou a se manifestar o técnico desconfiado dos jovens talentos.
Contudo, a eliminação na Libertadores e a perda providencial de alguns medalhões pouco produtivos (como Sheik e Fábio Santos), obrigaram Tite a dar um passo adiante, dando oportunidades a jogadores mais jovens e fazendo jus ao aprendizado do período sabático. O acaso também deu seu auxílio, com algumas contusões que não lhe deixaram alternativa senão confiar nos jovens talentos.
A grande novidade, porém, foi o abandono – durante o segundo turno do Brasileirão – daquele estilo de fazer um gol para depois recuar. O time passou a fazer gols e continuar pressionando o adversário, tornando-se assim o ataque mais positivo da competição. Ao mesmo tempo, o time manteve a defesa sólida que sempre caracterizou as equipes de Tite.
Se mantiver o estilo desse segundo turno, o Corinthians segue para 2016 não apenas como o hexacampeão brasileiro cuja conquista terá o melhor aproveitamento da história dos pontos corridos, mas como o time fadado a conquistar tudo o que aparecer pela frente. Tomara mesmo que Tite se mantenha como 3.0.