Desde que foi acertada a ida de Jadson para o futebol chinês, o tema é um dos favoritos das resenhas esportivas, sob a ótica de que a opção pode não ter sido a melhor para o jogador. Não precisei pensar muito para concluir que o meia, melhor jogador do Corinthians na conquista do Brasileiro ao lado de Renato Augusto, não teve sequer um dilema diante de si. Não havia opção a não ser pegar a proposta e aumentar sua independência financeira. Haveria opção se ele tivesse uma proposta do futebol europeu. Nesse caso, talvez não viesse a jamanta de dinheiro que virá da China, mas seria uma quantia excelente, que permitiria ao jogador manter-se atuando em alto nível e com visibilidade. Mas não é o caso.
Haveria opção se Jadson tivesse 25 anos, jogando a bola atual. Nesse caso, teria ainda tempo para crescer, para ser visto pelos grandes da Europa, para esperar por uma seleção brasileira que volte a ter um dia perspectivas de título. Com 32 anos, Jadson não vai desaprender a jogar, mas daqui a pouco não terá as mesmas condições físicas para desenvolver seu jogo dinâmico. Não é, pois, o caso.
Haveria opção se os clubes não tivesse criado os montros chamados de torcidas organizadas. Hoje Jadson é ídolo. Mas basta que perca um pênalti num clássico, basta que o Corinthians saia da Libertadores, para que ele seja hostilizado, ameaçado, tenha que colocar seguranças para os filhos na escola. As torcidas continuam existindo muito, portanto, não é o caso.
Haveria opção se a seleção brasileira tivesse outro treinador, e se tivesse um time montado e em condições de ser campeão do mundo em 2018. Claro, ainda há tempo de haver mudanças no comando da seleção, ainda há tempo de se montar um time, e nele, com um técnico melhor do que Dunga, haveria lugar para Jadson. Mas tudo são hipóteses, não há nenhuma garantia. E se isso não acontecer, não é mesmo o caso de Jadson apostar numa equipe que caminha a passos firmes para novo fiasco na Rússia. A China não pode esperar para ver o que acontecerá com a seleção. Não é, de novo, o caso.
Jadson tem talvez a última oportunidade de garantir sossego financeiro a mais duas gerações de sua família. Já entrou para a história do Corinthians. Tem inteligência e tem talento para, se quiser, virar um líder, um comandante na consolidação do futebol da China. Não sei se tem carisma para isso, mas pode pelo menos tentar ser o protagonista por lá, como foi Pelé nos Estados Unidos e Zico no Japão.
Portanto, Jadson, boa sorte, sucesso, e não tenha nenhuma dúvida de que você fez a coisa certa. Quem está com um problema na mão é o Corinthians. Não é fácil substituir Jadson. FONTE GLOBO ESPORTE
Verdade, Jadshow foi um dos nossos heróis esse ano, vai nos fazer falta na Libertadores de 2016, mas a vida continua, outros também podem brilhar como ele brilhou, não vamos ficar chorando pelo leite derramado, outros surgirão, quando ao menos nos torcedores darmos conta de que não somente um, mas outros se destacarão assim como ele se destacou, GLOBO ESPORTE não conhece a força e fúria do Timão quando está em campo. Vai Corinthians!