Angela Souza
Parabéns pelo texto, penso exatamente como você. É muito triste ver como vão andando as coisas, só espero que o futuro não pegue pesado conosco.
em Bate-Papo da Torcida > Meu Coringão NÃO é vitrine [Textão - Desabafo]
Em resposta ao tópico:
Bom dia! O texto é textão, desculpem. Mas eu queria escrever isso hoje! Queria a opinião de vocês de volta...
Vejo a situação que o time se encontra hoje...refém de mercados multi-milionários que, quando querem, simplesmente pagam a multa prevista de um jogador e invalidam seu contrato. Oferecem salários enormes e aí adeus, Corinthians, obrigado, sempre serei grato, um dia eu volto, etc.
Na minha humilde visão, esse discurso de jogador deveria ser usado em times como Bragantino, Penapolense, Volta Redonda, etc.. (com todo o respeito). Esses sim são times de vitrine e, de certa forma, se 'orgulham' disso. Além do que, quando um time deste porte projeta um jogador que acaba dando certo, ele já pode dizer que teve sua missão cumprida.
MAS... O Corinthians é o Corinthians. O Corinthians não deveria ser vitrine de jogador nenhum. O jogador deveria vir para o Corinthians ORGULHOSO e pronto pra cumprir seu contrato integral (ok, estou pedindo muito...). Mas hoje o cara pula do Bragantino para o Corinthians e já no primeiro discurso é um tal de 'Espero conquistar meu espaço e muitos títulos e realizar o sonho de ir pra Europa'.
Eu não sou hipócrita. Eu mesmo adoraria receber uma proposta da minha empresa para ir trabalhar na Europa também. Ou na China, se me pagassem muito além do que eu recebo hoje.
Mas e o clube? O clube está sempre refem de parcelas de empresários... 30% ali, 50% aqui, e quando vai ver, recebe 2 milhões de uma proposta de 10.
O mínimo que se esperaria é que, perdendo uma peça importante, o dinheiro entrando fosse usado para tentar outra peça importante. Isso só considerando essa variável, sem entrar nos méritos de que jogadores dão certo em um time e em outros não, ou que até o entrosamento vir já se perdeu uma Libertadores, por exemplo.
Mas o dinheiro (parco) que vem dificilmente é usado em reposição. E vimos isso de certa forma em 2015, perdendo jogadores a rodo, mas com um treinador multi experiente que viu a força real do elenco e julgou não ser necessário contratar ninguém (sem considerar as negociações fracassadas).
Isso deu certo este ano. Mas e se não desse certo? E se ano que vem a aposta for igual e não funcionar? Como irão reagir os torcedores imediatistas? Como irá reagir o time?
Não precisa de uma memória boa para ir longe: O Cruzeiro bicampeão 13/14 simplesmente se desfez de suas principais peças e de um treinador que estava indo bem. Todos viram o que aconteceu em 2015. Contou com um arroubo de inteligência de alguém da diretoria que desfez a cagada feita de contratar o ultrapassado Luxemburgo e veio o Mano, que, apesar de todos seus defeitos, simplesmente tirou o clube do rebaixamento iminente e o fez pensar até em Libertadores.
Meu medo é uma nova versão 'debandada-2015' com novos Fabio Santos, Guerrero, Mendoza, Petros e Sheik e como os que ficarem reagiriam. (entendam bem, eu não estou dizendo que o time seria rebaixado, mas qual seria o comportamento e o resultado final).
Se eu fosse da diretoria, sabendo desses mercados Europeus e Chineses com toda essa grana disponível, só contrataria jogadores novos com uma multa recisória altissima, onde mesmo o jogador fatiado poderia render um dinheiro interessante. E deixaria isso claro para o atleta. Porque aí, se ele não concordar, que vá para outro time, que o outro seja a vitrine, não o Corinthians.
Precisamos de jogadores comprometidos com projetos de longo prazo. Estilo Danilo e Ralf. Não qualquer um que jogue um BR-15, seja campeão e já ache que fez sua parte. Precisamos parar de contratar pensando em retorno financeiro e sim em retorno técnico. Como os europeus e chineses. Se não dá pra igualar na grana, que pelo menos de pra igualar na ideologia.
Um abraço!
