Trouxe esse texto pra debater com os irmaos e irmas corinthianas pois achei exelente analise do jogo o que achao foi titarado do globo.com

JOGOS QUE EU VI VEJA TODOS Ledio Carmona

Craque de cinza

É indiscutível que o Corinthians não jogou bem. Venceu um jogo dificílimo. Foi bravo, guerreiro e cometeu poucos erros defensivos. Ao mesmo tempo, ainda está longe de ser organizado, compacto e letal, como sua versão vitoriosa, modelo-2015. É um grupo em reconstrução, em busca de nova identidade, e ainda com estágio físico desequlibrado - os colombianos estavam muito mais inteiros do que os corintianos durante todo segundo tempo. Tudo foi claro, evidente e transparente. Como sempre é o discurso de Tite pré, pós e até durante as partidas, quando conseguimos pescar algumas observações desse professor de verdade. Sólido e firme, como o cinza de sempre de sua camisa.

É a segurança do treinador que diferencia o 'não jogar bem' do campeão brasileiro. Tite está a caminho de fazer essa equipe repaginada funcionar. Os sinais são claros. Basta ter o mínimo de paciência, dever dos jornalistas, prova de fôlego e paixão para o torcedor.

Antes de dizer porque o Corinthians jogou mal, ressalte-se que é difícil atuar muito bem contra o Santa Fé. O time colombiano é organizado e tem um sistema defensivo sólido - dois zagueiros gigantes, laterais altos, híbridos entre meio e lados do setor, todos protegidos por dois volantes obstinados: Perlaza e Gordillo. Na frente, uma linha de três, com Gómez, Roa e Seijas, e Ibarguen, um parrudo - corredor no ataque.

A bola não anda contra o Santa Fé - tivemos 49% de jogo em movimento. O adversário se irrita - o Corinthians errou 42 passes contra 33 dos colombianos (número absurdo). O problema do Santa Fé é o mesmo do ano passado. Controla a defesa, mas tem pouco apetite e repertório ofensivo. É amante do 0 x 0, ou do 1 x 0, seja de que lado for. Ontem foi a favor do Corinthians, que nesse início de temporada já venceu cinco partidas com o placar mínimo.

O Corinthians custou a funcionar. Na verdade, foi inconstante a partida inteira. Dominou o primeiro tempo, mas só teve duas chances, uma delas ofertada a Giovanni Augusto pelo zagueiro Tesillo. Tite queria triangulações curtas, mas G.Augusto, Guilherme, Lucca e Rodriguinho ainda não tem o padrão de Jadson, Renato Augusto, Malcom e Elias. O jogo afunilava, os passes não encaixavam, a bola voltava, o Santa Fé flertava por uma ou outra escapada (quando veio, Cássio segurou) e o árbitro argentino mexia com os nervos alvinegros. O caminho era o lado direito com Fagner, melhor em campo, Rodriguinho e Giovanni Augusto.

Foi ali que o gol saiu, no momento em que o Santa Fé dominava, sem ser contundente, mas mantinha a bola longe da sua defesa. Fagner para Rodriguinho. O meia resistiu a bater cruzado e foi paciente para chegar à linha de fundo e cruzar para a cabeçada fatal de Guilherme. O meia virou herói. Seu gol ficará na memória. Mas dos chatos de plantão, como eu, além dos aplauso em preto e branco, virão observações em vermelho como sua dificuldade em achar o posicionamento e seus oito passes errados (não é pouco, convenhamos).

O fato é que o Corinthians se superou mais uma vez e fez 1 a 0 num jogo que, mesmo antes de começar, tinha cara de 0 x 0. Manteve a liderança no grupo, encaminhou a classificação e ganhou lastro para ter pouco mais de paciência e menos cobrança nessa fase de reconstrução. Com Tite no comando, cada vez mais impecável no sentido do que deseja, espera e planeja para o seu time, a esperança é mais do que recomendável. Sim, é possível.

E isso ai espero que gostem como eu gostei