Jon4than
'O sistema de volante que sai para o jogo está prestes a ser abortado no Corinthians. A vez de Willians parece estar chegando. Para não sair mais'.
Desde que o Brasil levou 7x1 da Alemanha, se discute no Brasil um sistema novo de se atuar. Principalmente no que tange a volantes. O modelo de cão de guarda estava ultrapassado.
Tite, em seu ano sabático, tinha isso como meta. Transformar Ralf em um volante que saía para o jogo. Não deu certo. Entrava em seu lugar no Brasileiro 2015, Bruno Henrique, com um número bastante expressivo de passes certos e saídas de jogo segundo o Opta.
O Corinthians se mostrava sólido e pronto para abandonar o obsoleto sistema de cão de guarda.
Ralf não se mostrava mais necessário. O Corinthians começava a fazer funcionar um sistema eficiente de roubar a bola por maioria de atletas. Não mais com um especialista em roubar a bola, função rara nos times mais competitivos da Europa.
Quando Ralf não estava em campo, todos voltavam.
Jadson, Renato Augusto, Malcom, Love, Elias. Enquanto Fagner e Uendel “fechavam” as pontas. E Gil avançava para cobrir.
O sistema era impecável, e podia se dar ao luxo de jogar como europeu: sem cão de guarda.
Só que parece que o jogo virou, queridinha (risos).
A China e a Europa fizeram a limpa de Janeiro, levando inclusive Ralf.
E Bruno Henrique acabou ficando praticamente sozinho.
Os atletas que chegaram, ou não são tão bons em recomposição, ou ainda não acostumaram.
Somando a má fase de Elias, Lucca e Uendel, o volante Bruno Henrique entrava em um momento pavoroso. Não acertava um passe. Lançamento mais longo, nem pensar. E até toques curtos eram comprometidos.
Foram cinco meses apanhando. Jogos terríveis toda semana.
A opção Willians era preterida. Jogar na base da compactação, e não na contenção, era prioridade para Tite.
Mas nem tudo que é planejado, acontece no curso natural. O esquema de se roubar bola por maioria tão batido na tecla por Pep Guardiola ruiu. Bruno Henrique se tornou, além de um jogador irritante, um ponto fraco na contenção quando o um contra um acontece.
O que Tite não queria, está próximo de acontecer: retroceder na evolução tática para voltar ao arcaico sistema de cão de guarda. Não é mais possível jogar como uma equipe europeia. Não pela fase pavorosa de Bruno Henrique. Mas pelo conjunto da obra. Diferente de 2015, um elenco sem a característica de aproximação (pelo menos, até o momento) e de blocagem.
O treino desta segunda feira deu o tom de vez: o sistema de volante que sai para o jogo está prestes a ser abortado.
A vez de Willians parece estar chegando. Para não sair mais.
Por Luís Butti