Podem espernear, reclamar, xingar e discordar, mas não há a mínima esperança de alguma coisa útil nesse campeonato. Acredito que nossa maior chance ainda seja o Atlético-MG vencer a Copa do Brasil e ficarmos no G7.

No meio do ano, ainda com Tite, eu escrevi que Marlone, Marquinhos Gabriel, Giovanni Augusto, Guilherme, Rildo e Lucca sempre - S-E-M-P-R-E - foram reservas quando estiveram em times grandes. Nenhum nunca foi titular inquestionável. Escrevi que Romero vive um drama com a bola, ela sempre o trai, ele é fraquíssimo. Escrevi também que o menos ruinzinho era o Rodriguinho - que hoje evoluiu e está jogando muito. Teve gente aqui que escreveu:

'- Você está dizendo que do meio de campo pra frente só temos porcaria? Vê se assiste direito aos jogos!'

Pois eu volto a afirmar: só tem porcaria mesmo. Rodriguinho é o melhor do time e Guilherme - que corre só um tempo por jogo - é o outro com um pouco de lucidez. O resto é um bando de jogador mediano.

Marlone, que a torcida tanto gosta, é metido a herói. Quer decidir sozinho. Nos últimos jogos teve chance de armar boas jogadas mas prefere cortar pra direita e arriscar o chute louco. Deu certo no primeiro jogo contra o Cruzeiro, porque arriscou, errou, a bola sairia pela lateral... Mas apareceu o Romero dentro da área e cabeceou para o gol. No mais, ele não consegue correr, não ajuda na defesa e não tem velocidade.

Marquinhos Gabriel é uma mentira. Na final entre Santos e Palmeiras pela Copa do Brasil, o Palmeiras marcou firme o Lucas Lima, o Ricardo Oliveira, e deixou o Marquinhos livre. O que aconteceu? Nada. Porque é de onde menos se espera que não vem nada mesmo.

Guilherme mistura primeiros tempos de gênio com segundos tempos medíocres, e não divide uma. Me lembra um Roger Flores mais adiantado, um jogador com técnica, porém preguiçoso. Quando Roger jogava bem, o time fluía, quando jogava mal, nada acontecia. Guilherme é a versão 2016 do Roger 2005.

Lucca e Rildo fazem parte do mesmo saco. Jogadores rápidos, de passada larga, mas que nunca se firmam. Vivem de lampejos.

Giovanni Augusto é o mais consistente, nunca joga bem, mas nunca joga tão mal, apesar de errar quase tudo que tenta.

Romero não adianta, pode dizer que é artilheiro, mas artilheiro inventa gols, cria gols, não faz apenas aqueles que não dá pra perder. Artilheiros eram Romário, Ronaldo, Careca, Reinaldo, Casão, até Guerrero e Love inventavam uns gols impensáveis.

Não dá pra ter esperança. Ou dá? Sábado, contra a bicharada, esse time tem que reagir. Williams - isso mesmo, Williams - tem que voltar no lugar do Camacho pra ver se ao menos a gente toma uma bolinha dos caras. Se a defesa deixa de ser uma peneira.

Estamos com um péssimo elenco. Não é possível que nossa base não tenha um único jogador melhorzinho que esses. Os outros times lançam Neymar, Jesus, etc com 16 anos. No Corinthians, só Malcom apareceu nessa década, aos 18. Nem Marquinhos, titular da seleção, teve boas chances. Tem que ousar mais. A cobrança é grande, mas entre trazer jogadores medíocres e apostar na base, pelo menos a solução caseira é mais em conta. E a longo prazo pode dar certo.