Meu Timão

O período é muito curto. Não dava para imaginar há um ano que o Corinthians pudesse cair tanto de produção. De um time campeão, que também era burocrático, mas era eficiente, estamos com uma equipe insossa, quase indolente.

O Corinthians está dormindo. O torcedor corinthiano está em sono profundo.

O problema é o pesadelo. A velha e perigosa soberba que ronda os nossos lados nos últimos tempos diz que não há possibilidade de sermos rebaixados. Como assim? O campeão do mundo? O time com planejamento, organizado, que não demite técnico, que não renova contrato de jogador envelhecido, que só faz contratações boas e pontuais, com chances de cair?

A chance existe. E a cada rodada, a cada zero a zero, a cada derrota, ela aumentará.

Esqueçam o número 45. Pelo andar da carruagem, a pontuação de corte será maior. O Náutico já caiu, mas é o único. Ponte, Criciúma, Vasco, São Paulo, Coritiba e outros respiram. Sim, eles respiram.

Respiram a dois, três pontos do Corinthians.

Cássio vive bom momento, Gil, Cléber e Paulo André, não dá para reclamar. Ralf é o que conhecemos dele e Guilherme melhorou o combate.

Mas para por aí. Temos dois laterais inúteis ofensivamente, um meio ofensivo que não cria absolutamente nada e um ataque inoperante. São onze empates por 0 a 0 na temporada, doze igualdades no campeonato e um ataque que só marcou mais gols que a força ofensiva do Náutico (22 a 18).

Pouco. Beira o vergonhoso.

É um bando de loucos. Cada um corre para um lado e ninguém faz nada.

Precisa um choque. Mas não rola mais uma conversa. Quando Tite deveria ter saído, após a derrota vexatória contra a Lusa, os jogadores vieram ao microfone e defenderam o treinador. Falaram em mudança, em jogar o futebol que o Corinthians merece.

Pouco. Beira o vergonhoso.

Uma vitória contra o Bahia e dois empates por 0 a 0. E quando nosso treinador vai ao microfone repete o mantra que ouvimos dia após dia. Que falta desempenho, que o ataque isso, que vai melhorar aquilo.

Mas não melhora nada.

Ou melhora pouco. Beira o vergonhoso.

Imaginar uma equipe que mantenha Cássio, mas atue com Diego Macedo de um lado e Igor do outro (laterais de ofício), com Gil e Cléber (ou Paulo André) na zaga, com Ralf, Guilherme, Edenílson (sim, no meio) e Rodriguinho, e um ataque com Pato e Guerrero, e na falta deles colocar o centroavante que tem no elenco, Douglas Tanque, é pedir demais?

Pode não ser a equipe dos sonhos, mas faria o bê a bá do futebol. O Corinthians não tem jogadas, não há variação, faltam alternativas.

Se quiser cruzar a bola para a área o jogo todo em busca de uma bola milagrosa não dá.

Só que nosso treinador não fará tais mudanças. Ele e o elenco são unidos. Mas diferente de um casamento, não é na vitória e na derrota. É no empate e na derrota. Esse time não ganha.

Agora, não dá para mudar o time inteiro. Mandar embora todos os jogadores que já não servem para a equipe e iniciar uma reformulação monstruosa na equipe é pauta para depois do campeonato.

O que precisa no momento é uma mudança de padrão, de esquema, de jogadores.

Mudar o pensamento por completo.

E isso só será atingido com a demissão de Tite. Se isso não acontecer lutaremos para não cair com todo sofrimento possível.

E na Copa do Brasil nada acontecerá. Teremos adversários complicados e essa inoperância ofensiva não nos levará a lugar algum.

São meses tentando mudar, dias e mais dias procurando alternativas.

Não achou. Troca o técnico.

Existem outros erros? Claro que sim. A torcida não colaborou, perdemos mandos, um monte de outras coisas. Mas jogamos em tudo que é lugar, em tudo que é estádio, em gramado bom e ruim, de dia e de noite. A equipe não respondeu.

Pensei muito, muito mesmo, antes de fazer esse post. Sei que sou responsável pelas minhas palavras e elas refletem a minha opinião e não uma verdade absoluta. Talvez, em um desejo de melhora, também tenha dormido enquanto a realidade me mostrava o contrário. Tomara que eu esteja errado, que Tite fique e ganhe outros títulos, que a equipe cresça e tudo se resolva.

Só não acredito mais. Para mim, fim de ciclo do treinador. Resta saber se sai agora ou no final do ano.

Pessoas passam, sempre passaram.

Fica o Corinthians.