Paulo C
Parabéns pela avaliação. Muito interessante...
em Análise dos jogos > [QUADRO ALVINEGRO] Números de Corinthians x Chapecoense
Em resposta ao tópico:
Salve Fiel,
O jogo de ontem não saiu como esperamos. Não saímos de um empate com o time recém reconstruído da Chapecoense, muito em virtude da condição física comprometida do time devido as viagens e a gripe que atingiu o elenco essa semana.
O mapa de passes ilustra bastante do que foi o jogo. Muitos passes trocados entre os jogadores de defesa sem conseguir furar as linhas de marcação da Chape. Mesmo os jogadores de criação na frente, Jadson e Rodriguinho, só tiveram a posse de bola quando recuaram para armar o jogo de trás, sem conseguir a posse em terreno mais avançado. Balbuena foi o alvo preferido para a saída de bola, mas muito disso se deve a contusão do Pablo no fim do primeiro tempo. No posicionamento médio do jogo, pode-se enxergar o 4-2-3-1 de Carille que se tornou a variação tática mais utilizada pelo time.
(legenda: quanto maior o ponto de cada jogador, maior foi a posse de bola com ele. As setas representam que houveram 5 ou mais passes no jogo de um para outro jogador. Quanto mais grossa a seta, mais passes houveram.)
Muito embora eu acho que haja um exagero no tom, os críticos tem alguma razão em dizer que o Corinthians se sente muito mais confortável sem a obrigação de ter a bola, como dizem os nossos últimos resultados de mata-mata fora de casa. Quando teve a bola, como ontem (59%, 548 passes certos), pouco se consegue fazer para furar a barreira do adversário, ainda mais um bem organizado como a Chapecoense. 20 desarmes pode ser um número normal para um time de futebol, mas um pouco abaixo da média para um time intenso como o nosso, que consegue roubar bolas importantes já no campo de ataque.
Sobre o nosso número baixo de finalizações, é melhor comentar a luz do gráfico de xG (explicações sobre esse conceito no link* no fim do artigo). Pior do que as poucas chances criadas, é ver a baixa chance desses lances ocasionarem em gol. Por sorte contamos com a efetividade do Jô, que em sua única oportunidade no jogo conseguiu marcar o gol. É verdade também que o xG da Chape é inflado pela chance que teve Wellington Paulista a 50cm do gol e sem goleiro após um cruzamento desviado. Não fosse por isso, seria um jogo morno com poucas oportunidades reais pra cada lado.
Para reforçar a baixa qualidade das nossas chances no jogo, 3 foram de muito longe e apenas duas de dentro da área, enquanto a Chapecoense teve algum sucesso em infiltrar a nossa área e chegarem mais próximos ao Cássio, algo que é muito incomum tendo como base os nossos últimos jogos.
O WhoScored tem um score baseado nas estatísticas de cada jogador, que na minha opinião é superior ao Footstats, então passarei a usá-lo aqui nos meus tópicos. Considero o score do Footstats um pouco desequilibrado, causando com que atacantes frequentemente tenham o score médio superior ao dos defensores, enquanto no WhoScored não é incomum ver defensores que tiveram boas performances sendo eleitos o homem do jogo. Nosso melhor jogador em campo para o WhoScored foi Jô, com 7,2, logo atrás do condá Andrei Girotto (7,3). Jô esteve frequentemente em situações de pressão no jogo, o que o fez errar muitos passes, porém conseguiu na sua única oportunidade no jogo marcar o gol que nos deu um ponto na arena. Estatísticas detalhadas abaixo:
Conclusão: tivemos um jogo bem fora da curva do que estamos acostumados, e realmente não esperamos que essa seja uma atuação normal do Corinthians nesse Brasileirão 2017. Condição física ruim, gripe, confiança alta demais após os últimos resultados, tudo pode ter influenciado para um dos piores jogos que fizemos esse ano, além de uma Chapecoense taticamente obediente e aplicada. Fábio Carille vai ter uma semana livre pra trabalhar, recuperar seus jogadores e os trazerem de volta a realidade, passo importante para um campeonato como o brasileiro em que os estaduais frequentemente levam as análises a direções erradas. Nota triste para a contusão de Pablo, melhor jogador do Corinthians esse ano até aqui. Nossa zaga não é a mesma sem ele, é verdade, mas o time compacto como vem jogando deve minimizar os perigos para a última linha de quatro. Tanto Pedro Henrique como Léo Santos não são Pablo, mas são jogadores muito promissores e que podem agora ter uma boa sequência de jogos para mostrarem seu potencial. Que venha o Vitória no domingo!
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Fontes: Footstats, WhoScored e Opta via @11tegen11.