Meu Timão

Futebol é arrebatamento. E na derrota é o pior momento para omitir opinião sobre algo que acelera o ritmo de muito tic tac.

Porém, no caso do Corinthians, nem mesmo o improvável avanço para as semifinais na Copa do Brasil alteraria a avaliação de quem acompanhou seus jogos durante todo o ano. A propósito, muitos fomos ao oculista e a receita foi uso de binóculos para ver as monótonas exibições.

O pior é que existe míope que não se deu conta da falta de visão estratégica.

Embora se tente vender a ideia de que o ano foi exitoso, porque conquistou o campeonato paulista e a Recopa, o fato é que aquele em quase nada engrandece e este só teve algum sabor de vitória pela rivalidade com o oponente. As mágoas que resultam das pífias campanhas na Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro suplantam o regozijo dos alardeados êxitos.

O seus fãs, pelo que representam para o clube, acompanhantes por todos os cantos do mundo esférico, ou consumidores de seus produtos licenciados, entre outros, há muito adquiriram o direito de exigir a formação de esquadrões poderosíssimos, que causem pânico nos adversários ordinários.

Beira o inútil vangloriar-se da sua sólida defesa, pois só a inabalável retaguarda é insuficiente para fazer a alegria do seu devotado admirador, que passou o ano inteiro mendigando golos.

Não se despreze que o futebol é um jogo onde há vencedores e vencidos. E nunca há a certeza da vitória. Porém, é impensável se conformar com derrotas, se não humilhantes ao menos inexplicáveis, e improdutivos empates. De tanto oxo virou chocho.

Nem se deprecie. Futebol também é espetáculo. Por isso, muito mais que triunfador, há que ser também deslumbrante, artístico.

Que se autoflagelem os responsáveis pelo ano perdido. No entanto, após o “mea culpa”, a quem cabe decidir é imperioso que, doravante, sepulte o ano de 2013, porque este, rigorosamente, já acabou no janeiro passado, e cuide com urgência do porvir. Afinal, quem sai na frente toma água mais limpa.