Robson Gutierrez
E depois ainda somos obrigados a ver o pessoal aqui fazendo post com o 'Volta Andres', e esses são os mesmos que reclamam da nossa situação atual.
em Bate-Papo da Torcida > Reunião importante sobre o estádio, Andrés não apareceu para...
Em resposta ao tópico:
Em reunião realizada ontem, no Parque São Jorge, o Conselho Deliberativo do Corinthians tomou conhecimento, oficialmente, dos problemas que cercam a obra do estádio de Itaquera.
Conselheiros, integrantes de uma comissão designada para avaliar a execução do contrato com a Odebrecht, apresentaram relatório final da auditoria assinada pelo escritório Claudio Cunha Engenharia e Construções.
A ausência de Andrés Sanchez, responsável principal pelos problemas, espécie de “Presidente da Arena”, decisor final de todas as determinações desde antes da construção até os dias atuais, foi criticada duramente, inclusive por seus eleitores, como o ex-vice-presidente Wilson Bento.
Presente ao encontro, o presidente, Roberto Andrade, apesar da culpa por ação (algumas assinaturas de contrato e relatórios de avanço), e omissão (ao acobertar promiscuidades do deputado), tratava-se de mero espectador, abandonado à própria sorte, sem condições de esclarecer as dúvidas dos conselheiros.
Além dos números, entre os quais o valor atualizado da dívida total (corrigida até agosto de 2017) do Corinthians: R$ 1.338 bilhão (BNDES, Odebrecht e empréstimos pontes), constatou-se que a própria diretoria do clube, por conta da impossibilidade de brigar com a construtora (em parte pela aproximação investigada pela Polícia Federal em sua “Operação Lava-Jato”), dificultou o trabalho dos auditores, sonegando documentos e informações relevantes.
Em resumo, os conselheiros souberam que:
A dívida corrigida da construção do estádio de Itaquera é de R$ 1,3 bilhão (praticamente não foi abatida em três anos de pagamentos de arrecadações milionárias do futebol ao Arena Fundo)
R$ 150 milhões em obras não foram realizadas;
R$ 100 milhões em obras foram entregues em desconformidade com o previsto em contrato;
A Odebrecht deve, dentro desse contexto, R$ 22 milhões em multa pelo atraso na conclusão das obras;
A auditoria diz que a dívida, somente com a Odebrecht seria de R$ 630 milhões (devem estar somadas as pendências com o Fundo, que em relatório enviado à CVM revela pendência de pouco mais de R$ 300 milhões com a construtora);
De posse desse dados, as seguintes sugestões foram oficializadas à Diretoria, que ficou de responder, após analise dos pedidos, se vai ou não acatá-las:
Trocar os CIDs cedidos pela Prefeitura (R$ 450 milhões corrigidos) pela dívida com a Odebrecht (próxima de R$ 300 milhões) e negociar o pagamento dos empréstimos pontes (suspeita-se que somente foram tomados por atraso da própria construtora);
Cobrar lucros cessantes da Odebrecht por conta de eventos que deixaram de ser realizados e espaços não comercializados (para jogos de futebol) devido à obra entregue sem estar concluída;
Romper imediatamente o contrato com a OMNI (responsável pela arrecadação e repasse do dinheiro dos ingressos à Odebrecht sob comissionamento de 50%, pelo Fiel Torcedor, além de gestora do estacionamento do estádio);
Depósito de valores para quitar a dívida do estádio somente em juízo, não mais na conta da Arena Fundo;
Renegociação da dívida bancária (R$ 400 milhões) com o BNDES, intermediados pela CAIXA
A ausência do deputado federal Andrés Sanchez (PT) à reunião do Conselho, único que poderia responder aos questionamentos dos conselheiros, e a revelação de que a gestão alvinegra não colaborou, sequer, com auditoria contratada pelo próprio Corinthians, sugere que muitas das sugestões não serão acatadas, por conta da relação de promiscuidade notória de alguns dirigentes com a construtora, entre os quais o atual vice-presidente, André Negão, delatado, junto com o parlamentar citado, como recebedor de propina para trabalhar em desfavor dos interesses alvinegros.