Iago Egito
Mimimi demais, por causa de uma zoeira.
em Off topic > Que textão da por*@ que a Globo postou sobre a falta de hombridade...
Em resposta ao tópico:
Nação, o texto está em off, mas nele retrata bem o que todos nós discutimos ano após ano.
Olhem que texto top que o globo esporte acabou de postar sobre a frase que o Neymidia disse após deixar de estender a mão pra um adversário: ' O futebol está chato', se liguem no tanto de verdades que a reportagem trouxe...
Foi tratado desde a falta de vida nas arquibancadas até a falta de ídolos etc...
Neymar está certo: o futebol está chato
Há várias coisas chatas no futebol. Negar a mão para alguém caído, no entanto, tem outro nome.
A vitória contra o Rennes, pela Copa da França, como é costume, Neymar envolveu-se num perrengue contra os adversários. Após cometer falta sobre Traoré, receber cartão amarelo e aplaudir o juiz, aproximou-se do adversário caído e fingiu que o ajudaria a se reerguer, mas logo tirou a mão e o deixou no vácuo, afastando-se com uma risadinha. Perguntado sobre o lance e as críticas que já pipocavam de todo lado, respondeu que 'o futebol está chato'.
E Neymar está certo: o futebol realmente está chato. É extremamente chato ver a garotada impossibilitada de se aproximar de seus ídolos, geralmente cercados de seguranças. Nada é mais sem graça do que ver os maiores jogadores do Brasil reduzidos a avatares do Instagram, apartados da sociedade, da rua e da própria cultura do futebol. Com entrevistas vazias que jamais deixam o conforto da irrelevância. Isso é algo realmente chato.
É de uma chatice atroz ver a gurizadinha pequena preferindo os multimidiáticos superclubes europeus, pertencentes a uma realidade que nunca será a sua, vestindo camisas com escudos com menos história do que no mínimo trinta clubes brasileiros, e que é justamente para lá que vão os melhores jogadores, profundamente preocupados com suas marcas pessoais tão narcisistas quanto vazias. E que por isso tenhamos de presenciar a quintessência da chatice originada pelo ego inflado que chega ao ponto de sonegar uma cobrança de um pênalti a um companheiro de equipe que entraria para a história. Que chatice brutal.
Que os ídolos estejam cada vez menos espontâneos, tenham se transformado em produtos ambulantes, que vivam em bolhas, apartados da realidade e sigam exclusivamente o cheiro dos petrodólares, isso é um pouco chato. Mas não se compara ao fato extremamente chato de que tenham ganhado o noticiário por frequentes acusações de sonegação de impostos, como se o status que alcançaram no gramado servisse de alvará para as condutas mais condenáveis fora do campo.
Os ingressos caros, a transformação do torcedor em consumidor e a higienização dos estádios, cada vez mais assépticos e sem alma. A distância aparentemente irreversível entre um punhado de clubes da Europa e o resto do mundo e a ladainha preconceituosa que sugere uma suposta inferioridade cultural sul-americana como culpada por esse abismo. O futebol transformado em uma imensa bolha financeira e cada vez mais apartado de qualquer função social. Tudo isso é imensamente chato.
O que de forma alguma pode ser considerado chato é estender a mão para alguém caído e retirá-la em tom de zombaria, desprezando qualquer código de respeito, empatia e civilidade primordial. Isso tem outro nome: é falta de hombridade.