José Plaza
Não pretendo fazer previsões alarmistas, e não tenho nada de pessoal, com referência às pessoas, eventualmente mencionadas neste texto. Estou, contudo, preocupado com o único senão que percebi na investidura do novo presidente, Sanchez. É que Duílio Monteiro Alves está sendo chamado na mídia de diretor de futebol “adjunto”, quando todos o julgavam o próprio diretor.
A palavra “adjunto”, no dicionário, significa auxiliar, ajudante, assistente, assessor, substituto, suplente. Quer isto dizer que ele não é o “chefe” e, certamente, alguém será nomeado como seu superior.
Tal constatação nos leva a duas possíveis frustrações. A primeira é que esse “diretor efetivo”, que será chefe do adjunto Duílio, pode ser um dos companheiros mais próximos de Andrés Sanchez, como, por exemplo, Eduardo Ferreira, aquele que permite a integrantes de torcida organizada entrar no CT, para admoestar os jogadores, como se fossem donos do nosso time (quando digo “nosso time”, estou me lembrando de 30 milhões de pessoas). Absurdo. Aparenta ser bem diferente dos profissionais, economistas e advogados, que felizmente integram a nova diretoria.
O outro candidato ao cargo de Diretor de Futebol, presumo, seria André Luiz Oliveira, o “André Negão”, acusado pela Operação Lava Jato. Por que, justamente, o cargo mais importante para o torcedor, que é a diretoria de futebol, tem que ser exercido pelos amigos do rei?
O Corinthians não pode ser tratado como uma ação entre amigos. Trata-se de uma instituição que pode ser tombada como patrimônio nacional.
Eles podem alegar que foram eleitos por associados, o que não significa a vontade do torcedor comum. Repito afirmação anterior: grande parte dos sócios votantes são usuários da piscina e da lanchonete do clube, mas torcem por outros times.
A segunda frustração é que o “adjunto”, no final, é aquele que sabe e faz o trabalho executivo de gerente de futebol e, assim, Duílio vai por a mão na massa. Está cheirando a fritura e pé na bunda do Alessandro, que salvou a administração do inapto Andrade.
Uma simples palavra pode mudar toda uma feliz expectativa, principalmente quando é emitida pela boca de um cara simpático, mas tosco e imprevisível, como o novo presidente.