Camila Magalhães
Tenho notado nos últimos jogos que o Corinthians vem iniciando desligado. Duas partidas seguidas que tomamos o gol antes, e sofremos pra buscar o empate. Muito nosso jeito de jogar ano passado no início do ano, e que norteou as outras equipes contra nós mesmos. Isso nos leva a crer que não criamos oportunidades, que não sabemos jogar com posse de bola e ou inúmeras desculpas, erroneamente as vezes. O próprio Carille credita esses erros a falta de concentração. Eu particularmente concordo, mas aqui destaco o papel no sistema defensivo como principal ponto. O time que não marca ninguém, não pode ganhar.
Time tá sem poder de marcação. Nosso sistema é de compactação e aproximação. Não há isso há um bom tempo. As vitórias chegavam e mascaravam o mal desempenho do sistema em alguns momentos. Preocupação antes era somente a bola aérea. Carille tem tentado corrigir. No entanto se formos fzr uma observação detalhada vamos ver que a maioria dos gols tomados tem sido de bola #$!@% na área que ninguém corta, chute de longa distância e rebote onde a culpa cai somente no goleiro. Cássio sai mal é verdade, mas cadê a cobertura dos defensores? Não tem ninguém pra tirar a bola dali? Já viram a quantidades de chutão que os defensores dão pra tirar a bola sem necessidade, onde poderiam muitas vezes sair jogando normalmente. Já viram que nesses chutes a bola sempre sobra no pé do adversário? Nunca conseguimos prosseguir jogadas desses lances...
Hoje os volantes não têm oferecido proteção alguma a defesa. Os laterais também tem deixado a desejar nessas últimas partidas, muito antes da entrada do Mantuan, que a grande maioria tira pra cristo. Os pontas com a exceção de Romero, também não voltam pra marcar, e acabam sobrecarregando os laterais, que acabam consequentemente abdicando de sua tarefa ofensiva. O time começa a errar passes, a criação fica sem opção, e começa a girar bola sem objetividade, podendo gerar contra-ataque. Se permite ser encurralado pelo adversário e parece que só acorda quando leva o gol. O time marcou pessimamente nessas partidas e vejam que só não levamos gol do Vitória porque funcionou isso. O time não agride ninguém, não força o erro do adversário.
Alguns podem pensar que a falha no setor tem relação com as saídas de Ralf, e Renne. Mas não vejo dessa forma, tanto é que nossa defesa campeã foram com Maycon e Gabriel a frente da zaga ano passado. Em alguns meses eles não prestam mais? Claro que haverá oscilação, o que é normal para todo atleta. Nessa posição estamos bem servidos, nada do que se queixar quanto a qualidade de cada um. Eles por terem mais participação direta na defesa, com a interceptação e a saída de bola nas jogadas estão mais visados, porém isso não impede que os demais ajudem defensivamente. O problema é a atitude do time em campo. É como dirigir você tem de tá atento a tudo ao seu redor.
Basta analisarmos que a maioria das partidas que não vencemos eles souberam neutralizar nossas ações com marcação firme, alta, principalmente em cima de Rodrigo sem Jadson ou centroavante pra dividir, e nós simplesmente aceitamos. Quando nos 2º tempos de partida, que o time voltava a marcar, conseguia agredir, melhorar seu desempenho, ficamos com a sensação de que se deram conta tarde, enquanto o que mudou foi a postura.
Isso podemos até relacionar com o desgaste do time. Se você entra fazendo sua função bem, você já proporciona melhora ao jogo do seu companheiro também. Lógico as vezes um ou outro destoa em campo, acontece. O time todo se desgasta menos, porque todos tão comprometidos e ciente do que fzr, você consegue controlar e manter o folego seja pra defender ou pra atacar, como é característica do time. Futebol é coletivo. É aquela parte clichê das entrevistas deles ano passado 'cumprir função com e sem bola.'
PS: (me desculpem pelo jornal, e se houve repetição)
