Meu Timão

Nação,

Se a proposta do clube saudita for de fato 24 milhões de reais em dois anos (3,5 milhões de dólares por ano), não creio que o Carille irá aceitar, pois não é o bastante para compensar o que ele deixaria de ter no Corinthians, no futebol brasileiro e o fim das aspirações profissionais. Lembrando que ele já recusou proposta da China ano passado cujos valores não devem variar tanto e recusou meses atrás a do Atlético-MG, de 600 mil reais mensais.

Boto a minha mão no fogo que o Carille tem mais estabilidade no Corinthians do que teria no clube saudita, que só quer um técnico do momento para ficar no banco igual um poste. Como o futebol saudita é uma grande lavanderia de dinheiro de procedência duvidosa, ele pode ser demitido a qualquer momento que pagarão a multa sem nenhum problema.

Fora isso, 24 milhões de reais é pouco colocando tudo na balança: carreira em ascensão, chance potencial de assumir a seleção no médio prazo, 300 mil reais por mês é um salário estratosférico pra realidade brasileira e 7.2 milhões de reais pelo contrato de dois anos com o Corinthians (podendo chegar a 10.8 milhões de reais se renovar automaticamente para um terceiro ano). Se é pra acabar com a carreira e entrar pra vala comum dos técnicos, ele deveria pedir aos sauditas 5 milhões de reais por mês, assim juntaria de fato um pé de meia (120 milhões de reais em dois anos) para se aposentar e nunca mais ter que sonhar em trabalhar na vida. Incrível que eu não veja ninguém fazer essa conta, tem muito mais do que cifras absolutas pra pesar na balança do mundo real...

Enfim, creio que o Carille colocará tudo na balança e perceberá que os sauditas estão oferecendo pouco para ele abdicar de tudo que conquistou e pode ainda conquistas.

PS: A Arábia Saudita é um país fechado, sufocante, proibitivo (ingerir bebida alcoólica é crime passível de chibatadas/supressão da liberdade, por exemplo) e risível futebolisticamente falando. Se 600 mil mensais no Atlético-MG, aqui no Brasil, ele não aceitou, porque aceitaria 1 milhão mensal lá na Arábia Saudita, apenas 400 mil a mais e num futebol um milhão de vezes inferior ao brasileiro?