Meu Timão

Conheci o Corinthians ouvindo seus jogos pelo rádio, tinha 7 anos de idade e após a festa pelo título da seleção em 1958, comecei a me interessar por futebol. Na quele tempo eu ouvia falar muito em Santos e Palmeiras, e do Corinthians só lamentações. Mas ouvia os narradores e comentaristas falando da torcida. Aquilo me chamou a atenção. Meu pai não era afeito ao futebol, mas tinha uma simpatia pelo São Paulo, por que via o Leônidas jogar pelos pó de arroz, no ' cantinho do pão duro ', um morro descampado no Pacaembu, de onde se assistia aos jogos sem pagar. Foi lá que me pai conheceu minha mãe.

Só fui assistir se me lembro, o primeiro jogo do Timão, em 1965, na estréia de Dino Sani que veio do Milan da Itália para o Corinthians. Acho que perdemos de 2x1, com o gol de pênalti de Dino Sani. Dai pra frente foi só paixão. Vi jogar Nair, Thales, Bazzani, Ivair, Edson Cegonha, Gilson Porto, Augusto, Taborda, Buião, Paulo Borges, o risadinha, que acabou com o Tabu, jogo numa quarta inesquecível, Nei o pai do Dinei, Silva, Marcos, Sergio Echigo, e outros, sem falar nos fora de série. Rivelino era o imã que fazia eu fazer todas as tarefas que minha mãe pedia, para ele me dar dinheiro para ver o Corinthians. Meu pai não dava, não tínhamos esse luxo, então mãe é sempre mãe e só depois de adulto em 1977 que descobri que ela era corintiana. Um beijo mãe, onde quer você esteja, ainda esta presente em mim. Então Corinthians e mãe contribuíram para a base de minha vida. Hoje vou ver o Corinthians sem pagamento e agradeço ao Corinthians por esse respeito. Então 108 anos de história e paixão, como presente quero apenas reforçar a minha infinita lealdade, e poder dizer que contribui com mais três fieis, dois filhos e um neto. Parabéns e obrigado Corinthians.