Toda vez que me perguntam os melhores goleiros do Corinthians que vi jogar, eu não titubeio.
Ado de 1969 a 1972 (quando falhou contra o Botafogo na semifinal do Brasileirão faltando 5 minutos para o jogo acabar, e fomos eliminados no Maracanã - faríamos a final contra o Palmeiras). Depois disso, nunca mais foi o mesmo. Disputou a Copa de 70.
Jairo - a partir de 1978, quando ganhou a posição do Tobias. Foi várias vezes convocado para a seleção brasileira e fechou o gol nos 3 jogos finais contra a Ponte, em 1979. A Ponte não fez gol em 270 minutos.
Leão - campeão paulista em 1983 - acabou com o Palmeiras na semi e acabou com o São Paulo na final. Foi decisivo, como dizia Sócrates, seu inimigo, e como ainda hoje diz Casão.
Carlos - 1984 a 1988 - talvez o mais técnico de todos os goleiros que já vi. Perfeito em todos os fundamentos, apenas azarado. Foi titular da Copa de 86 e reserva em mais duas Copas.
Ronaldo - dispensa apresentações. 10 anos dono do gol. Também convocado para seleção, mas não foi a Copa nenhuma, apesar de só Taffarel ser melhor que ele em 1994.
Dida - monstro debaixo do gol, campeão mundial, Brasileiro, Copa do Brasil e Rio-SP. Maior pegador de pênaltis de nossa história, pegando pênaltis seguidos durante os jogos, inclusive os dois de Raí e o de Sávio, quase aos 45 minutos do segundo tempo contra o Real Madrid, que nos eliminaria do Mundial de 2000.
Cássio - lenda.
Ainda tivemos goleiros confiáveis, como Tobias (só pelos pênaltis contra o Flu, porque não era diferenciado), Doni (chegou à seleção e foi muito bem de julho de 2002 até o meio de 2003), Fábio Costa (foi bem em 2005) e Felipe (2008-2009).
Mas nenhum deles jogou o que os outros sete de cima jogaram.
Hoje morreu Jairo, que vi jogar a primeira vez no Mineirão, ainda pelo Coritiba, contra o Atlético-MG. Tomou 2 gols cara a cara do Dario, mas evitou uma goleada. Sonhei com ele no Timão, e ele chegou em 1977. Logo no primeiro jogo importante, estreia do Palhinha, contra o Internacional pela Libertadores, tomou um gol do meio de campo e largou a posição para o Tobias. Poderia ser o goleiro da foto do título de 1977 porque jogou a segunda partida da final. Estava muito bem, até que tomou o gol de falta do Dicá. A Ponte virou e Jairão viu a terceira partida do banco. Foi o recordista em campeonatos brasileiros, mais de 1.100 minutos sem tomar gol. O Corinthians não tinha um timaço, ou ganhava de 1x0 ou empatava 0x0. O zero era sempre por conta de jairo. Vi vários jogos, um deles contra o Botafogo no Morumbi, e Jairão só não fez chover. Cruzamento até a marca do pênalti era dele. Nesse fundamento - saída de gol em bola aérea, era superior a Cássio e Dida.
Jairão, fui seu fã e torcedor. Fique em paz.