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Sobre o Corinthians Mil Grau
Danilo Augusto

Corinthiano e programador dedicado que tem um orgulho imenso de ter criado essa comunidade chamada Meu Timão.

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Opinião de Danilo Augusto

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Sobre o Corinthians Mil Grau

Kelvin Thiago, o Mil Grau

Foto: Reprodução Facebook

Em 2012, tempos aureos do Facebook, tinha uma página que anunciava a escalação do Corinthians com apelidos engraçados. Fazia tanto sucesso que os próprios jogadores do Timão da época adotaram alguns dos apelidos.

O "adm" da página era um garoto que não tinha nem maioridade. Por trás do computador, estava Kelvin Thiago. Simples, criativo demais. A página se chamava "Corinthians Mil Grau". E assim ele passou a ser conhecido: o Mil Grau.

Agora já é um influenciador que chamou atenção por diversos motivos, mas um dos seus bordões clássicos é "as ideia é dura e ninguém valoriza".

Pois hoje estou aqui, valorizando-o.

Eu costumava dizer que o Mil Grau é um "moleque talentoso", daqueles que não precisa se esforçar tanto para aprender o que muitos passam a vida tentando. Tem quem faça anos de faculdade e cursos para aprender fotografia, edição de fotos, edição de vídeos, softwares como Premiere, Photoshop, After Effects, roteirização, etc. O Mil Grau aprende sozinho, produzindo, e se reinventado sempre.

Da página do Facebook, acabou criando um canal no YouTube onde fazia a "narração mil grau", com lances do jogo comentados por uma voz do Google. Logo foi copiado por dezenas de torcedores de todos os clubes.

Seu talento chamou a atenção de uma startup chamada NWB. E, assim, ele foi chamado para o início de um projeto chamado "Desimpedidos". Mil Grau fez muito pelo canal, que se tornou gigante, mas, acredite, ele ganhava R$ 1.600 lá e não sentia muito valorizado.

Nessa época tentei traze-lo para o Meu Timão. Seria um social mídia. Ofereci tipo o dobro do salário, mas ele queria um caminho solo. Queria crescer o canal dele. E assim o fez.

Com conteúdo autoral, surgiram os vlogs do canal mostrando a rotina de um torcedor de arquibancada. Fez fãs, fez haters. Deu a cara a tapa - e como apanhou. Mas seguiu produzindo e evoluindo.

Em 2016, foi convidado por uma consultoria para explicar seu sucesso a executivos da ESPN, que não o conheciam. Na saída do evento, um filho de um diretor pediu para tirar foto com o Mil Grau. O garoto nem corinthiano era. A ESPN entendeu ali, naquele pedido de foto, que algo ele estava fazendo de certo.

Tão certo que Mil Grau, sozinho, fez um canal sobre o Corinthians no Youtube com mais inscritos que a própria Corinthians TV, canal oficial do clube.

E cansou. Na época, disse que produzir conteúdo sobre o jogo rouba a experiência de torcer. E rouba mesmo. Você acaba assistindo o time pensando em trabalho, em como vai editar. Acaba o jogo e tem que ir correndo para o computador e lá fica por horas. Dias talvez.

Ao mesmo tempo em que o YouTube restringia brutalmente a monetização de seus vídeos, Mil Grau se consolidava como um bom videomaker, editor de vídeos e conquistava oportunidades profissionais fora do ambiente Corinthians.

Assim, parou com o YouTube. Exceto algum vídeo aqui, outro lá, parou tudo. Parou no auge sendo o canal número 1 do Corinthians na época. E, mesmo parado, levou 6 seis anos para o Meu Timão alcançar o Mil Grau em inscritos.

Continuou sendo um influenciador corinthiano, ainda que a palavra "influenciador" o incomode. Fez críticas e mais críticas. Perdeu a mão algumas vezes, mas quase sempre em tom de ironia. Tretou com uma galera. Tretou várias vezes com o clube (ou melhor, com a diretoria do clube). Viu seu nome e foto sendo injustamente denunciados na TV após um desabafo nas redes sociais. E, por fim, foi ameaçado várias vezes.

Mesmo sem postar, nunca parou de ir em jogos. Gasta uma grana absurda com isso, que é a paixão da vida dele. Comprar uma passagem em cima da hora para o Uruguai não é barato. Com hotel, Uber e alimentação vai fácil uns 4 mil reais num jogo fora de Sul-Americana.

Enquanto deixou o canal de lado, viajou mundo afora, viu mais de 60 jogos da Copa do Mundo. Produziu conteúdo para outros times da Europa e ganhou patrocínio de casas de apostas.

Ontem vi o vlog dele assistindo ao jogo com amigos de arquibancada, no Uruguai. Agora mais velho, mais tranquilo, mas ainda com aquela edição em primeira pessoa que fez seu canal ser acessado por milhões de torcedores.

Mil Grau, assim como eu, produz conteúdo do Corinthians há mais de uma década. Mil Grau fez uma nova geração se interessar por futebol, pelo Corinthians, e por ir aos estádios. Já errou, já falou besteira, mas segue espalhando o corinthianismo por onde anda. E isso tem que ser valorizado.

Vida longa, "DJ".

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Corinthiano e programador dedicado que tem um orgulho imenso de ter criado essa comunidade chamada Meu Timão.

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