Venha fazer parte da KTO
x
Não é mole não...
Letícia Beppler

Musa do Corinthians no Musa da Torcida 2014, Sócio-fundadora da Fiel Sul Torcida, catarinense e corinthiana com orgulho, maloqueira por opção.

ver detalhes

Não é mole não...

Coluna do Letícia Beppler

Opinião de Letícia Beppler

4.2 mil visualizações 73 comentários Comunicar erro

Não é mole não...

Não é difícil definir a eliminação na Libertadores

Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

Não é difícil definir a eliminação na Libertadores: – Merecida! – Simples assim.

O difícil mesmo é acreditar nas mudanças de postura e sentimentos que andam acontecendo de baixo do nosso nariz, e as vezes até por não querer acreditar, a gente finge que não vê. São tantas coisas pra falar, que as vezes preferimos o silêncio, a esperança. Mas tem horas que sufoca tanto, que dói tanto, que agoniza tanto, que a gente explode.

A gente explode em momentos como durante o jogo de quarta-feira, em plena Arena Corinthians, quando vê que a torcida não é mais aquilo que foi um dia. Aquela torcida que durante um jogo decisivo como esse não se calaria nem por um minuto, quarta por muitas vezes estava quieta. A gente explode quando vê que a postura do time dentro de campo é irreconhecível. Antigamente falávamos em amor a camisa, hoje falamos em salários atrasados.

Minha maior tristeza nessa sexta-feira não é de ter sido eliminada. Mas é de não reconhecer mais aquilo que sempre amei. Amei pela diferença… E hoje me apresentam a semelhança. Amei pela humildade… E hoje me apresentam a soberba. Amei pela tradição… E hoje me apresentam totalmente o oposto das nossas raízes.

Vejam bem, não sou contra o “futebol moderno”. Sou contra a elitização geral do esporte e do Clube. Porque acho que a modernidade nada mais é que uma palavra que caracteriza o que vivemos hoje. É inevitável viver no mundo moderno. Mas é quase que essencial saber preservar sua origem.
Evoluir e virar o time campeão do mundo... tudo bem, mas pra quê desprezar o campeonato paulista(que por muitos anos foi nosso alicerce)? evoluir e construir um estádio com mármore... tudo bem, mas pra quê afastar aquele que nunca se importou com o cimento? evoluir e trazer um espaço requintado para aquele que pode gastar e que não sendo menos corinthiano, gosta de assistir o jogo na comodidade, tudo bem... mas pra quê excluir o trabalhador que com muito sufoco tirou 30 reais da sua família para apoiar o time em 2007? Minha visão é essa. Um degrau, não desmerece o outro, pois todos serão necessários na subida da escada.

O Corinthians nasceu pobre, mas nunca foi pequeno. E por isso não precisa de elitização para ser grande.

Eu sempre fui, sou e sempre serei corinthiana com o maior orgulho, na vitória e também na derrota. Respeito a opção de quem achou que deveria aplaudir o time após o jogo, mas é justamente por eu ser corinthiana que eu jamais aplaudiria uma atuação tão medíocre. E não deixo de aplaudir só porque o time perdeu. Mas deixo de aplaudir porque não vi a luta e a raça que gostaria dentro e fora de campo. O Corinthians não perdeu para o Guarani, que com todo respeito e merecimento seguirá na competição, mas o Corinthians perdeu para o próprio ego. Começou na tal escolha do adversário e daí por diante.O que eu vi e senti nesta quarta-feira, foi que nem time e nem torcida estavam em sintonia com o verdadeiro corinthianismo, aquele mesmo, que surgiu brilhando, mas humildemente sob a luz de um lampião.
O time entrou de salto alto lá no Paraguai e já tombou por lá. Por quê? Porque AQUI É CORINTHIANS E NÃO APRENDEMOS A JOGAR DE SALTO, PORRA!

Sempre fomos o Clube da superação, do sofrimento… E lamentavelmente de uns tempos pra cá não sabemos nem mais respeitar um adversário. Mas olha que tapa na cara bonito… Caímos justamente pra um time desacreditado, humilde, que nos respeitou até demais durante as duas partidas e sem holofotes, na raça e nas suas limitações, conseguiu sair vitorioso.

Parabéns Guarani. Você até me fez lembrar de como era bom esse sentimento de redenção.

A gente acredita no Corinthians sempre, inclusive com toda a propriedade acreditávamos na reversão desse resultado na Arena. E tínhamos que acreditar. Mas acreditar, apoiar, respeitar, empurrar… É diferente de achar que já está ganho ou que temos que ganhar porque somos melhores.

Logo após chegar do jogo, eu vi torcedores falando que agora o brasileiro virou obrigação. Não discordo totalmente, porque acho que pelo nome, pela história e pela sua sempre presente torcida, o Corinthians tem a obrigação de lutar por qualquer título, sem exceção.
Mas nesse momento, após todas essas adversidades e anomalias que estamos vivenciando na caminhada para a tão mencionada “modernidade” acho sinceramente que as prioridades são outras. Precisamos de sintonia na diretoria. Precisamos de raça dentro de campo. Precisamos da torcida unida e incansável. Precisamos de tudo aquilo que sempre nos tornou FIÉIS.

Com o perdão da palavra a todos os meus leitores, mas.. Fodam-se os títulos! Nós temos que ir atrás é da nossa essência! Que venham mais 23 anos na fila, mas que sejamos aqueles de sempre… Corinthianos, maloqueiros e sofredores!

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

Avalie esta coluna
Coluna do Letícia Beppler

Por Letícia Beppler

Musa do Corinthians no Musa da Torcida 2014, Sócio-fundadora da Fiel Sul Torcida, catarinense e corinthiana com orgulho, maloqueira por opção.

O que você achou do post do Letícia Beppler?