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Como Tite recusou o Internacional e decidiu voltar ao Corinthians
Marco Bello

Setorista do Corinthians desde 2009 pela Rádio Transamérica, Marco Bello acompanha o dia a dia do clube

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Como Tite recusou o Internacional e decidiu voltar ao Corinthians

Tite preferiu a proposta do Corinthians

Foto: Daniel Augusto/ Agência Corinthians

O ano era 2013. Outubro. Após um título paulista conquistado e um título da Recopa Sulamericana, o Corinthians fez um péssimo Campeonato Brasileiro.

Jogadores que antes se destacavam, começaram a andar em campo. A grande aposta da temporada, Alexandre Pato, fracassou em campo e ainda deu vexame em Porto Alegre, na eliminação do time contra o Grêmio na Copa do Brasil.

O cenário estava montado. Uma goleada para a Portuguesa fez com que o então técnico Tite colocasse seu cargo à disposição da diretoria. Uma reunião aconteceu no Parque Ecológico, e os dirigentes tomaram a decisão.

Tite não viraria o ano como treinador do Corinthians. Os diretores de futebol Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves tentaram ao máximo segurar o comandante do time. Mario Gobbi já tinha um nome em mente.

E o presidente fez questão de não esconder de ninguém já ali, em outubro de 2013, que queria Mano Menezes à frente do time a partir de dezembro. Notícia que chegou ao treinador por intermediários, dentro de um avião, em uma das muitas viagens do time no Campeonato Brasileiro.

Tite ficou enfurecido com o presidente. Tinha histórico de campeão mundial, se sentiu traído pelas costas. Por Gobbi e por Mano. Mas segurou a barra e saiu ovacionado pela torcida, apesar do desempenho sofrível do time dentro de campo.

O ano de 2014 chegou, Mano foi confirmado, jogadores saíram, jogadores chegaram, e o mandato do presidente chegava ao fim. No mesmo mês de outubro, Roberto de Andrade, agora candidato à sucessão presidencial do clube, entra em contato com Tite.

O outrora diretor de futebol perguntou sobre uma possível volta do gaúcho ao clube do Parque São Jorge, e ali aconteceu o primeiro sim. Por cordialidade e respeito ao que considera correto, o técnico não aceitou falar sobre valores ou tempo de contrato. Mas se colocou à disposição para conversar em dezembro, após o final do Brasileiro.

E não é que Mano Menezes fica sabendo da história e sai com o mesmo sentimento do conterrâneo gaúcho? E ele foi avisado por um terceiro interessado na história, o Internacional. O candidato à Presidência do clube de Porto Alegre, Vitório Píffero, entrou em contato e perguntou sobre a possibilidade de Mano voltar ao Rio Grande do Sul, já que Tite já estava apalavrado com o Corinthians.

Mano, sempre fiel a Gobbi, falou em trairagem e desrespeito, por considerar que as conversas já estavam adiantadas. Se referia a Andrés Sanchez e Roberto de Andrade. Mas o contrato foi redigido apenas em dezembro, após o final do Brasileiro.

O sim já estava decidido. O “como” e o “quanto”, ainda não.

O Corinthians confiou na palavra de quem já conhecia bem. Tite confiou em pessoas que lhe foram muito próximas quando empregado no Parque São Jorge. Mas o Internacional recebeu um não de Mano Menezes e decidiu tentar uma nova cartada. Um super salário para Tite mudar de ideia.

Tite, no entanto, não é homem de mudar a palavra, mesmo que esteja só na palavra. Um amigo do treinador me disse: “Mesmo se o Inter oferecesse o triplo do que o Corinthians ofereceu, ele ainda assim assinaria com o Corinthians”.

Como disse aqui anteriormente, nas primeiras reuniões, o salário não foi assunto principal e sim o projeto do clube para 2015. Tite sabia que voltaria a se vestir de alvinegro desde outubro.

O troco estava dado, hoje apenas veio a confirmação.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Marco Bello

Marco Bello é jornalista, apresentador e repórter da Rede Transamérica de Rádio, setorista do Corinthians desde 2009

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