Há luz no fim do túnel
Opinião de Marco Bello
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No final de 2013, o Corinthians vivia o fim da época de ouro. Eu estava na Arena Pernambuco, naquela melancólica derrota para o Náutico na última rodada do campeonato brasileiro, no último jogo do ano.
Tite se despedia da equipe. O último ato do treinador que fora campeão mundial de 2012 pelo timão foi colocar o chinês Zizao em campo. Nada mais triste.
O ano mal tinha terminado, mas o presidente Mario Gobbi e os então diretores de futebol Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves já sabiam o que estava por vir. Depois de brigas e discussões internas, o mandatário do clube havia imposto a volta de Mano Menezes ao Corinthians.
Gobbi era diretor de futebol quando Mano tirou o clube da lama em 2008, sendo campeão da série B do brasileiro, e depois campeão paulista e da Copa do Brasil. Saiu ovacionado pela torcida, dando volta olímpica e tudo, a caminho da seleção brasileira de futebol.
Gobbi tinha este Mano na cabeça, e não o treinador que falhou no comando da seleção, falhou no Flamengo e não tinha ganho mais nada depois disso. Acertou um alto salário, até para padrões corinthianos, e irritou os diretores, que tempos depois deixaram o cargo.
O recado do presidente para o novo treinador: renovar. Carta branca para mandar embora, carta branca para trazer, desde que a custo baixo. A exceção, Elias. Mario Gobbi até chegou a tirar o peso das costas de Mano quando pediu paciência ao torcedor, em entrevista no início do ano, dizendo que os títulos demorariam a aparecer.
Mas o ano acabou, o mandato do presidente está chegando ao fim, e a renovação prometida parece que vai ficar pela metade. A paciência do torcedor é curta ou inexiste, já deveria saber o dirigente.
A chapa da situação, através do candidato Roberto de Andrade, flerta com três nomes: Tite, Osvaldo de Oliveira e Abel Braga.
A oposição analisa duas propostas consideradas inviáveis financeiramente: Luxemburgo e Marcelo Oliveira.
Vou dar aqui minha opinião, como alguém que acompanha já há algum tempo o dia a dia do clube. Apesar da paixão da torcida e até de alguns conselheiros por Tite, ele nada mais poderia fazer do que já fez. A cobrança seria enorme para repetir os sucessos do passado, e o elenco já não é o mesmo.
O Corinthians, pra mim, precisaria recomeçar de verdade. Mudar a essência. Deixar de ser o time do Tite, como Mano tentou fazer sem sucesso. Que contrate um treinador com prazo de três anos, três temporadas, com novo pensamento, novos desafios, que traga jogadores que tenham vontade de vestir a camisa, de vencer.
Pois a era de Tite já passsou. Já está na galeria de troféus do clube. Alguns parecem não perceber isso.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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