Corinthians Feminino vive momento de maior provação desde reativação
Opinião de Pedro Mairton
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O Corinthians Feminino sofreu um dos golpes mais duros desde a reativação da modalidade com a ida de Cris Gambaré à CBF. A saída da chefe por trás do sucesso das Brabas é até mais impactante do que a despedida de Arthur Elias para a Seleção, em outubro passado.
Na minha visão, o excelente trabalho do treinador plantou sementes que já deram frutos no Parque São Jorge e a continuidade da excelência à frente do comando das Brabas estava garantido com uma diretoria que dominava o assunto. Agora, com a saída de Cris Gambaré, não é absurdo dizer que o futuro a longo prazo do time feminino do Corinthians está em jogo.
É redundante afirmar que o sucesso do Corinthians no futebol feminino se deve muito à ex-diretora. Além das quatro linhas, ela atraiu e explorou marcas e patrocinadores que tornaram a modalidade autossustentável, além de ser referência de um projeto não só no Brasil, mas também no mundo, isso sem falar do incessante apoio da Fiel.
É normal a desconfiança da torcida na substituta dela, Iris Sesso, que está no Timão desde 2020 como assessora da diretoria, mas que agora exercerá uma função com uma pressão em manter o Corinthians dominante no cenário do futebol nacional. Não é à toa que o nome de Kin Saito, responsável pelo futebol feminino do Cruzeiro, foi indicado pelo colega de redação Matheus Scontre por ela já ter se mostrado capaz de gerir a modalidade no time mineiro, que cresce ainda mais no Brasil.
Assim como surgia a necessidade de encontrar um executivo de futebol de excelência para o time masculino, a presidência do Corinthians precisa olhar com o mesmo carinho para o futebol feminino, que encanta a torcida corinthiana em jogos na Fazendinha e na Neo Química Arena, esse último local onde o aproveitamento das Brabas é perfeito, com 21 vitórias em 21 jogos disputados, além de ser o atual palco do maior público da modalidade na América do Sul. Não dá para abrir mão disso.
A ambição do Corinthians Feminino não pode ir embora com Arthur Elias e Cris Gambaré. Ao longo dos anos, o desafio de ser a referência da modalidade no Brasil fica cada vez maior devido ao crescimento de outros clubes e a diretoria corinthiana tem a obrigação de lutar para permanecer no topo.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.